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TODAS AS LÁGRIMAS QUE NÃO CHOREI POR TI
….Hoje me perguntas:
_“cadê o brilho de seus olhos? Onde foi parar aquele espelho iluminado? Já não me vejo refletido neles....Só enxergo escuridão.... vejo pois, o mar negro de uma noite sem lua, se estendendo ao infinito....quase sinto seu frio”.....
….Então continuas:
_“cadê o brilho de seus olhos? Estás a escondê-lo de mim a cada fechar das pálpebras, no piscar dos olhos? Apagaste para mim as estrelas, que mantinhas acesas às portas da entrada de tua alma e que me transmitiam segurança e paz?”
….E insistes:
_“Cadê o brilho de seus olhos? Aquele que sempre me respondia às perguntas antes mesmo que as fizesse? O que me guiava por caminhos afins e em cujos fins dos caminhos esperava pacientemente por mim? Apenas te sinto vazio no olhar.....um vazio cheio do desconhecido como o oceano....o distante alto-mar.....”
….Aí respondo-te:
_“Lembraste de tudo que lhe fui....viu-se em meus olhos por que realmente estavas em mim,....transmiti-lhe paz e segurança por que estávamos unidos ainda que não juntos,....
lhe respondi as perguntas não feitas e feitas por que já sabias as respostas,....e te guiei e te segui até onde minhas vistas a alcançaram para que sempre que olhasse para trás, ver-me-ia a fitar-te....”
…..Continuo:
_“O brilho vem da luz,....a luz, de uma fonte de energia,....a energia é a síntese da vida.
Assim como uma chama ardente que aquece e ilumina pode se abrandar, enfraquecer, se tornar tênue e finalmente ser apagada pela ação do tempo ou apressada e abruptamente extinguida por uma forte rajada de vento, a energia, fonte de luz causadora dos diversos brilhos, igualmente está sujeita à ações que a cerceiam e até podem fazê-la deixar de existir....”
….Concluo:
_“ O mar escuro, o “vazio cheio” do oceano que agora percebes quando me olha nos olhos, já foram gotas de chuva que formaram uma poça.....a chuva não parou e a poça começou a escorrer até transformar-se em um riacho,.....esse riacho se avolumou com o aumento da intempérie e se tornou um rio caudaloso,.....o rio por sua vez, transbordou com a incessante tempestade e inundou tudo a sua volta......fez-se mar então.....um oceano imenso cuja negritude advém da impiedosa tormenta que, em sua eterna insistência em desabar, encobre todo o firmamento impedindo qualquer ínfimo raio de luar, de clarear um simples pedaço de céu.....o medo e a incerteza que lhe causa, a imagem que agora assistes em meu olhos e te provoca a pergunta, pode ser complexo para entender , porém bem simples de explicar: Eu morri ali!.....afogado no oceano em que se transformaram TODAS AS LÁGRIMAS QUE NÃO CHOREI POR TI.”
Por: silames1
