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"UM BÍPEDE SEM PENAS!", MAS COM CAUDA!
(Do Homo Eretus ao Homo Cometas)
"Eis aí o seu bípede sem penas!" - zombou o sábio Diógenes, ao arremessar uma ave depenada em direção ao grande filósofo Platão e sua plêiade reunida. Era a resposta à máxima do pensador grego que, jocosamente, afirmou ser o homem apenas "um bípede sem penas", reduzindo a epopeia do primata pensante à uma reles ave; menosprezando à espécie numa acentuada deselegância; denegrindo toda a humanidade. Eras o Homo Intelectus!
Desde os primórdios, naquelas cavernas alumiadas por tochas, rabiscavas tua idiossincrasia primitiva, desenhando as feras em encarniçadas aventuras, nas quais lentamente evoluías e nada temias, pois do fogo haverias de propagar o poder e a dor. Eras o Homo Andarilhos!
Logo abandonaste a vida nômade e no sedentarismo aglomeraste tuas paixões, religiões e revoluções mundanas. Foste das tribos às civilizações exterminadoras de povos. Eras o Homo Domínio!
Hoje, além da redoma que te aprisionas neste "céu de silício", onde és escravo e senhor, catapultas a Ciência em naves e sondas, arremessando-as aos confins da galáxia, onde caças um portentoso cometa errante.
São teus àqueles projéteis pontiagudos, àqueles foguetes que escapam da gravidade opressora. Teus arautos levando às criaturas alienígenas a tua viral presença, capaz de aniquilar miríades de espécimes circundantes.
Agora, neste exato instante, teu sofisticado artefato transmite da superfície de um colossal astro, imagens magníficas e um estranho e intermitente silvo. É o som misterioso da conquista, o barulho que nenhum descendente dos dinossauros ouvirá.
Podes até ser apenas "um bípede sem penas", porém quando te aproximares das estrelas, terás a mais bela cauda de todos os Multiversos, serás o Homo Cometa!
EXTREMÓFILO
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Abraço Extremófilo