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dalton
a ridicularidade da situação a fazia iverossímil e embalsamado no largo treze e ainda sempre fundamentado na tríade composta por esperança e luta e conquista ele acrescentaria mais ao debate publicando um livro mas jamais teria dinheiro para pagar a gráfica então suas embasadas opiniões a respeito de qualquer tema se aglutinam em conclusões que invariavelmente apontam a inviabilidade do ser humano como espécie e nessa parte do discurso ele está cansado e tossindo e isso potencializa a impressão de desgosto com sua condição de indivíduo e também como parte de um todo mas foi quando se referiu ao presidente como um mocorongo que queria aparecer dalton ganhou a atenção da pequena sara que queria estudar filosofia e mudar para um sítio no vale do ribeira com uma caminhonete que durante a noite se transforma num monstro guardião de seu sono e o de seus amigos e então ela deu a ele um saco de amendoim japonês e disse que para os jovens a situação era ainda mais desoladora apesar da aparente contradição nessa opinião e quando ela partiu ele pensou imediatamente que ela teria paz em seu descanso noturno enquanto ele já moribundo dormiria com frio num quarto molhado e não apenas úmido e no dia seguinte a manhã azedaria sua boca e ele colocaria sua placa de vendedor de ouro novamente para praguejar por mais um dia enquanto ela ainda nem começara a pensar em seu testamento artístico que um dia se faria necessário caso quisesse ser lembrada mas como se sentia perdida e buscando identidade preferia que o tempo fizesse sua parte amadurecendo-a e esse mesmo tempo seria suficiente para que dalton já estivesse devidamente empacotado num anonimato eterno.
Atualizado em: Seg 19 Ago 2019