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RODAS

Você sabe o que é “taco de subo”? É o formato que ganha nosso coração quando estamos tristes ou passando por um processo de luto. Essa forma ocorre devido ao excesso de adrenalina que o cérebro libera para ao nosso órgão “mor”. A adrenalina faz uma das principais conexões entre coração-cérebro e nesse processo há um acumulo de células no nosso coração que evitam que as emoções voltem ao normal. Alguns corações retornam ao normal, outros nunca mais.
 O que se faz é prosseguir.  Como rodas que guiam um carro que não sabe para onde está indo. Um veículo que, de repente, ficou enorme por causa da ausência das caronas. Quando falo em “caronas”, não me refiro a necessariamente pessoas, mas em planos, sonhos, metas e promessas que fizemos ao longo da estrada, no caminho de ida, sem saber que o retorno será decepcionante.
Em seu livro: “Pó de Lua Nas Noites em Claro”, Clarice Freire escreve: “Alguém, sabe dizer o que os sonhos gostam de comer? Eles gostam de PASSADOS BEM PASSADOS, DE PRESENTES (ao ponto de partida) e uma pitada de FUTURO para dar sabor às despedidas”.
Perceber que falhamos é essencial. O tempo para essa adaptação irá variar e está tudo bem. Tem gente que supera tudo em um dia, outros levam muito mais tempo. O que não se pode fazer, jamais, é achar que todo mundo tem que ficar bem só porque você conseguiu isso de forma mais rápida.
Compartilhe seu momento de reconstrução, apenas, com quem você, realmente, confie. E caso não se sinta bem em falar sobre o assunto, não fale. Reflita, leia, escreva, chore, grite, ore, busque, sem cansar, pelo alívio que tanto deseja.
Não é ruim ficar só, pelo menos não por muito tempo. Quando você decide que vai encarar sua falha, pois chegou à conclusão que somente virá do seu interior a solução, o primeiro passo foi dado.
Não se importe com as mensagens que não recebeu, com as ligações e as visitas que também não ocorreram. A reconstrução é sua. Seus verdadeiros amigos dirão coisas incríveis querendo que você fique bem, mas haverá um momento em que já não poderão fazer mais nada. Digo isso por própria experiência, após uma decisão equivocada. Quando resolvi encarar os fatos, precisei ficar só. E foi a melhor decisão da minha vida.
Neste tempo de busca, tenho lido muito sobre espiritualidade e nestes textos, descobri que não preciso ficar pregando ao mundo a minha evolução, querendo mostrar que a minha fé é mais importante. As pessoas vão achar o que precisam, no lugar certo. Respeite!
Nesta imersão de cura e busca pela paz, nasceu essa crônica.  Sem dúvida, uma das criações mais difíceis devido ao fato de identificação. Eu compartilho com você, caro leitor, mas esse texto é para mim.
Portanto, não sinta vergonha de pôr, novamente, à estrada, as rodas que lhe levaram. Acalme seu coração, assim poderá observar que havia outro caminho. Muito mais rápido, florido e que guiou seus passos para, exatamente, onde ele deveria estar. Se até seu coração precisa de um tempo para retomar a normalidade, não se cobre tanto. Há um equilíbrio entre ele e seu cérebro que levará tempo. E está tudo bem, só não perca jamais a vontade de alinhar a vida, sempre haverá colheita. 
Crônica dedicada a pessoas muito especiais em minha vida, e que ao lerem saberão que tais palavras são para elas. Também dedico esse texto a todos que sofrem de algum transtorno. Seja bipolar, depressão, ansiedade, entre outros.
Haverá sempre um novo jeito de recomeçar. Não perca a fé. Compartilhe a publicação com alguém que você acha que deve ler, isso já é um grande ato de empatia.
“A VIDA RODA E TODA FOLHA É RECOMEÇO DEPOIS DE UMA PODA, O QUE PASSOU, PAZ SOU”. Maurício Rosa.
Obrigado pela leitura.
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Atualizado em: Qua 28 Jun 2023

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