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Não me deixe...
Não me deixe só,
entre abandonos, entre incertezas,
não me deixe só, despossuído nessa tarde,
desses beijos que me faltam, nesse simulacro...
Só, não poderei caminhar,
meus passos sucumbirão,
nesses abandonos e miragens,
entre olhos marejados e suspiros.
Não me deixe nesses atalhos,
nessas angústias desses tempos.
Sou um barco à deriva, sem norte, sem rumo.
Sou desajeitadamente recordações e ausências.
Nessa reclusão, nessa noite,
não me deixe a esmo, espantado, nesse deserto,
nesses conflitos, nesse verão incerto.
Incertas palavras, incertas ternuras, inquieta espera.
Não me deixe nesses ásperos tempos,
nesses vagos desejos, entre recordações.
Quisera o mar sereno de seus olhos,
esses estonteantes beijos que me alucinam...
Compraz-me essa tênue esperança,
esperança de sua volta inquieta, turbulenta!
Não deixe que novos dias amanheçam,
sem o calor dos seus beijos e esse arrebatamento.
Quisera impregnar-me com seu cheiro,
com seu hálito, com essa noite, com essa melodia.
Entreter-me entre músicas e sombras tênues,
desse perfil anunciando sua chegada...
Atualizado em: Seg 27 Fev 2023