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5º ano da morte da professora Heley de Abreu
Neste 5 De Outubro de 2022 faz 5 anos que perdemos a professora Heley de Abreu Silva Batista. Ela foi vítima de um incêndio provocado por um ex-segurança da escola em que trabalhava ocasionando diversas mortes na cidade. Chama a atenção o fato ter ocorrido no dia e mês que se lembra a promulgação da nossa Constituição de 1988 que não defendeu nem ela e seus alunos(as). O máximo que foi feito em sua memória é a concessão da Ordem Nacional do Mérito em 2017 além de nomes em escolas e locais públicos e como patrona da TV Educação. Bem pouco diante da sua importância profissional à sociedade brasileira.
A morte da minha querida e eterna professora Heley de Abreu foi esquecida. Ela é a mostra que o Brasil gosta de esconder seus problemas. Até hoje não vejo quase nenhuma melhoria aos docentes e nem manifestações em seu nome, visando chamar atenção à causa educacional. Serão poucos os veículos da área de comunicação que lembrarão de seu nome e das lutas dos professores e professoras neste país. A ideia é apagar tão logo o ocorrido. Infelizmente, somente eu, tenho interesse em abrir dois espaços culturais homenageando duas figuras importantes: Sophie Scholl e Heley de Abreu. Não fiz ainda por falta de grana. Uma pena.
O Brasil é um país onde vítima e assassino são silenciados com a morte. O caso Eloá é outro que caiu no esquecimento. O caso Isabela Nardoni é outro. As vítimas da boate Kiss, das barragens de Mariana e da cidade de Brumadinho, idem. Tudo é esquecido, é deixado de lado, o intuito é apagar da memória coletiva os males nacionais e seus crimes. O mesmo ocorre na História ao suavizar o sofrimento de indígenas e negros como feito pelo padre Kelmon no debate da Globo antes do 1º turno eleitoral de 2022. Vale ainda lembrar os casos de João Alberto no supermercado, Genivaldo na viatura com gás, Bruno e Dom no Javari e tantos outros que a sociedade já apagou da memória.
Quero dizer ao povo brasileiro que o dia 5 de Outubro foi manchado de sangue inocente. Todos os dias do nosso calendário caem sangue. A impressão que tenho é que a vida humana nada vale em nosso país. Somos um povo sem memória, desinteressados pelo nosso passado e mostrando uma covardia para enxergarmos a realidade. Já ouvi que Heley de Abreu era somente professora como se estivessem relativizando a morte dela pelo cargo exercido. Isto é um absurdo. Ainda tive que ouvir que "morrem milhares de professores(as) todos os dias e ninguém fala nada". Nossa sociedade está definitivamente doente.
Por fim, quero falar com a professora Heley de Abreu, minha amiga e minha professora eterna, mesmo não tendo conhecido em vida:
Cara irmã! Onde estiver, saiba que até o dia de minha morte, farei o possível para lembrar sua memória! Não foi foi vã a sua luta. Saiba que inspiro-me em ti para mudar este país. É com extrema força que tento levar a Educação adiante amparados pelos ensinamentos do Movimento Rosa Branca e da nossa amiga Sophie Scholl. Saiba que tem um aliado forte como rocha e que jamais se abaterá diante das ditaduras que matam a nossa sonhada Educação. Sua memória vive, professora! Curvo-me diante de seu saber! A sua morte só ratifica minha luta por um país melhor e pela justiça, o fim das desigualdades e a igualdade entre seres humanos. Saiba, onde estiver, tem um defensor de suas causas. A luta continuará preservando sua memória. Obrigado pelo legado deixado que será sempre ampliado. A morte interrompe a vida e não o bom propósito! Descanse em paz, irmã!
Que tal texto sirva de reflexão.
Quem sou: Vander Roberto é Analista e Desenvolvedor de Sistemas, Especialista em Engenharia de Software tendo MBE. Atualmente estuda História Afro/Indígena. Está trazendo de volta o Movimento Rosa Branca visando combater ditaduras e disseminar a liberdade de expressão após 80 anos do Rosa Branca original.
A morte da minha querida e eterna professora Heley de Abreu foi esquecida. Ela é a mostra que o Brasil gosta de esconder seus problemas. Até hoje não vejo quase nenhuma melhoria aos docentes e nem manifestações em seu nome, visando chamar atenção à causa educacional. Serão poucos os veículos da área de comunicação que lembrarão de seu nome e das lutas dos professores e professoras neste país. A ideia é apagar tão logo o ocorrido. Infelizmente, somente eu, tenho interesse em abrir dois espaços culturais homenageando duas figuras importantes: Sophie Scholl e Heley de Abreu. Não fiz ainda por falta de grana. Uma pena.
O Brasil é um país onde vítima e assassino são silenciados com a morte. O caso Eloá é outro que caiu no esquecimento. O caso Isabela Nardoni é outro. As vítimas da boate Kiss, das barragens de Mariana e da cidade de Brumadinho, idem. Tudo é esquecido, é deixado de lado, o intuito é apagar da memória coletiva os males nacionais e seus crimes. O mesmo ocorre na História ao suavizar o sofrimento de indígenas e negros como feito pelo padre Kelmon no debate da Globo antes do 1º turno eleitoral de 2022. Vale ainda lembrar os casos de João Alberto no supermercado, Genivaldo na viatura com gás, Bruno e Dom no Javari e tantos outros que a sociedade já apagou da memória.
Quero dizer ao povo brasileiro que o dia 5 de Outubro foi manchado de sangue inocente. Todos os dias do nosso calendário caem sangue. A impressão que tenho é que a vida humana nada vale em nosso país. Somos um povo sem memória, desinteressados pelo nosso passado e mostrando uma covardia para enxergarmos a realidade. Já ouvi que Heley de Abreu era somente professora como se estivessem relativizando a morte dela pelo cargo exercido. Isto é um absurdo. Ainda tive que ouvir que "morrem milhares de professores(as) todos os dias e ninguém fala nada". Nossa sociedade está definitivamente doente.
Por fim, quero falar com a professora Heley de Abreu, minha amiga e minha professora eterna, mesmo não tendo conhecido em vida:
Cara irmã! Onde estiver, saiba que até o dia de minha morte, farei o possível para lembrar sua memória! Não foi foi vã a sua luta. Saiba que inspiro-me em ti para mudar este país. É com extrema força que tento levar a Educação adiante amparados pelos ensinamentos do Movimento Rosa Branca e da nossa amiga Sophie Scholl. Saiba que tem um aliado forte como rocha e que jamais se abaterá diante das ditaduras que matam a nossa sonhada Educação. Sua memória vive, professora! Curvo-me diante de seu saber! A sua morte só ratifica minha luta por um país melhor e pela justiça, o fim das desigualdades e a igualdade entre seres humanos. Saiba, onde estiver, tem um defensor de suas causas. A luta continuará preservando sua memória. Obrigado pelo legado deixado que será sempre ampliado. A morte interrompe a vida e não o bom propósito! Descanse em paz, irmã!
Que tal texto sirva de reflexão.
Quem sou: Vander Roberto é Analista e Desenvolvedor de Sistemas, Especialista em Engenharia de Software tendo MBE. Atualmente estuda História Afro/Indígena. Está trazendo de volta o Movimento Rosa Branca visando combater ditaduras e disseminar a liberdade de expressão após 80 anos do Rosa Branca original.
Atualizado em: Qui 6 Out 2022