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Falecimento de Dom Luiz de Orleans e Bragança

No dia 15 de Julho de 2022 recebemos a triste notícia do falecimento de Dom luiz de Orleans e Bragança aos 84 anos, Chefe da Casa Imperial Brasileira na cidade de São Paulo. Estando internado no Hospital Santa Catarina na cidade de São Paulo, seu quadro era irreversível. Nascido na França em 6 de Junho de 1938, foi Chefe da Casa Imperial Brasileira entre 5 de Julho de 1981 até o dia do seu falecimento. Seu sucessor será Dom Bertrand, irmão de Dom Luiz que era solteiro e não deixou filhos. Formado em Química pela Universidade de Munique na Alemanha, estudou entre 1962 e 1967 na instituição. Seu sepultamento ocorreu no dia 18 de Julho de 2022 no tradicional Cemitério da Consolação em São Paulo, 15 horas, coincidindo com o Dia da Coroação de Dom Pedro II (18 de Julho de 1841), seu tetravô. É o primeiro membro da Famiĺia Real Brasileira a ser sepultado no tradicional cemitério. Houve cobertura do velório e sepultamento pelo Instituto Plínio Corrêa de Oliveira ao qual Dom Luiz era ligado. Se o Brasil fosse uma Monarquia, Dom Luiz teria sido Imperador do Brasil de fato e direito. Dom Luiz era ativo participante dos eventos monárquicos e lutou em defesa da Monarquia, inclusive, constitucionalmente. Homem culto, dominava a Língua Portuguesa, Francesa e Alemã fluentemente além de entender a Língua Espanhola, Italiana e Inglesa.

A morte de Dom Luiz abre reflexões sobre o interesse populacional sobre a Monarquia, a sua restauração e estudo sobre a História do Brasil e especialmente a Imperial. A rápida cobertura dada pelas grandes mídias, quase imperceptíveis, mostra um distanciamento da imprensa brasileira com a Monarquia. Ainda vigora na mentalidade popular que se o Brasil fosse uma Monarquia, voltaríamos a ser Colônia de Portugal e o escravismo voltaria. Isto demonstra falta de inteligência de quem propaga tais notícias falsas. O século XXI é amparado pela liberdade de expressão, Democracia, igualdade entre as pessoas, garantidas pela atual Constituição. Fosse o Brasil uma Monarquia, certamente seria Constitucional e Parlamentar. Há grupos que trabalham arduamente pela restauração monárquica atendendo aos princípios básicos democráticos e já estabelecidos em diversas partes do mundo. Cabe lembrar que a Monarquia é um modelo de forma de governo onde o Chefe do Executivo no caso brasileiro seria o Imperador ou Imperatriz. Obrigatoriamente, o sistema de governo seria Parlamentarista. Ressalta-se que seria uma Monarquia amparada numa nova Constituição respeitando os princípios democráticos. O legado deixado por Dom Luiz é importantíssimo e muito reflexivo tanto hoje como posteriormente sobre a questão da restauração. Vale dizer que numa Monarquia, o Imperador é vitalício em seu posto e após sua morte segue-se a forma hereditária, dando preferência ao filho primogênito à sucessão.

O Brasil precisa da Monarquia hoje em dia? Seria uma alternativa em tempos de crise e quem pensa em projetos de Estado de média e longa duração atendendo aos interesses sociais. Áreas como Educação, Saúde, Segurança Pública teriam tempo para pensar um grande programa de ações que no governo republicano de 4 anos seria impraticável pelo pouco tempo de mandato e mudanças ideológicas partidárias entre um governo e outro que pode interromper tudo que foi iniciado pelo anterior. Neste ponto a Monarquia Constitucional Parlamentarista torna-se interessante. É preciso lembrar que em 1993 ocorreu o chamado Plebiscito dando opção pela forma e sistema de governo onde manteve-se o sistema Republicano Presidencialista. Cogita-se um novo Plebiscito em breve estando ainda em discussão. Os males dos 132 anos de República (escrevo este texto em Julho de 2022 não completando ainda 133 anos) são evidentes tendo golpes de Estado, ditaduras, renúncias e até suicídio. Os casos mais recentes de corrupção, prisões de políticos republicanos e até ameaça de golpe de Estado declinam a população para um questionamento da República no seu modelo atual, abrindo ideias da restauração monárquica. Por outro lado, questões mais dinâmicas precisam melhor atenção e cuidado dos herdeiros ao trono como a questão do aborto, gênero, que são tabus e não bem aceitas pela Monarquia Brasileira que é altamenta amparada ideologicamente pelo TFP. Tendo em vista uma sociedade que prega a liberdade, é preciso abrir mais diálogo e aceitação destas questões colocadas.

Por fim, deixo meus pêsames à Família Imperial Brasileira pelo passamento de Dom Luiz. Pessoalmente, possso dizer que ele serviu de inspiração para meus estudos e formação assim como Dom Pedro II e Sophie Scholl. Dom Luiz precisa ser melhor estudado e sua biografia mais trabalhada para termos ideia daquilo que ele propunha, pensava e planejava caso um dia fosse Imperador de fato e direito do Brasil. Coincidentemente, ele estudou na mesma Universidade de Munique que Sophie Scholl estudou. Lembro que 18 de Julho é data do meu aniversário e o sepultamento de Dom Luiz ficará marcado ainda mais em minha mente além da Coroação de Dom Pedro II em 1841. Espero que a vida de Dom Luiz sirva de inspiração e seu legado seja mais valorizado. Deus o receba de braços abertos! É isto.
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Atualizado em: Qua 20 Jul 2022

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