person_outline



search

Como melhorar o Juventus da Mooca?

O futebol do século XXI está amparado por tecnologia, inovação, atendendo a demanda das exigentes torcidas. Competir é a missão de todo clube de futebol e não somente participação. No Clube Atlético Juventus não é diferente. Os problemas de limitações financeiras e técnicas são crônicas por lá e realmente o clube entrou num processo de mesmice, ou seja, acomodou-se na série A2 do Campeonato Paulista faz alguns anos e participa da Copa Paulista para agradar a torcida e não competir. Este problema da "imobilidade" não promove expectativas de crescimento. O veto da proposta da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), entregando o Departamento de Futebol para uma terceirizada, indica que a torcida juventina deseja uma recuperação feita pelo clube e não por terceiros. O medo era a perda da identidade do futebol juventino e o elo com sua fanática torcida.

Quem torce para o Juventus da Mooca está ficando cansado da entrega da mesmice. Entra ano e sai ano, é a mesma coisa, o clube não sobe de divisão no Campenato Paulista e na Copa Paulista tem feito campanhas bem ruins e até medíocres para um clube que tem uma boa história no futebol de São Paulo. Há uma certa desconfiança que a equipe não conseguirá participar da série A1 em 2024, ano do centenário do clube. As quedas de equipes como Ponte Preta e Novorizontino da A1 além do acesso de Comercial e Noroeste da A3 obrigam o futebol juventino a repensar seu futuro na A2 para 2023 que terá uma disputa na base da foice para duas vagas na elite paulista em 2024. A equipe grená da Mooca não tem só problemas agudos na parte financeira como uma baixíssima qualidade técnica em campo nos últimos anos e só não caiu de divisão porque adversários conseguiram a proeza de serem piores.

Qual saída? Primeiramente o Juventus precisa fazer um Programa de Recuperação do Futebol (PRF) incluindo um bom Plano de Negócios, uso do CMMI na gestão além de potencializar uma melhor imagem do seu futebol e do clube. Isto seria só o começo para retomar a iniciativa de competitividade e não mera participação em torneios, gerando também uma saúde financeira bem melhor. O CMMI ajudará na questão de maturidade da gestão clube e do futebol e o Programa permitirá atingir metas mais concretas amparada por um Plano de Negócios viável e realístico aos possíveis investidores. Deve-se lembrar que isto envolve a participação das categorias de base e o futebol feminino. Investidores(as) desejam uma boa imagem do clube, maior visualização na mídia de seus produtos, sem vinculação política/partidária como ocorreu tempos atrás causando um afastamento de parte da torcida.

Realmente é lamentável que o futebol juventino masculino, o carro chefe do clube, tenha perdido a ambição. Nota-se que há mais o interesse em vender jogadores(as) do que uma mentalidade de conquista ou ascensão para retomar um passado histórico que já está ficando distante. A passiva torcida não entende que o Juventus não pode viver só de tradição e passado. Os tempos são outros. Imagina se o Real Madrid da Espanha botasse qualquer coisa em campo acreditando que as camisas vencessem os jogos? Estaria rebaixado! O Juventus precisa repensar seu futebol, fazendo valer o respeito por aqueles(as) que tanto suaram e trabalharam pela equipe em outros tempos como Clóvis Nori, Elias Pássaro (merece um busto no estádio, 49 anos trabalhando no Juventus), Bianchi, Antônio do Canolli e outras figuras lendárias.

As últimas sagas juventinas em torneios nacionais ficaram no passado. O clube é um depósito de desculpas. Reconheço que não é fácil fazer futebol sendo caro, custoso, necessitando de muito planejamento e dinheiro. Chama a atenção o fato do clube ser da principal cidade do país, estando na capital, ter uma ligação histórica com o Trabalhismo, ofertar baixa competitividade! Espero que mudanças sejam feitas em memória dos trabalhadores e trabalhadoras do Cotonifício Crespi que deram o sangue para deixar um legado às futuras gerações. É melhor que críticas sejam expostas, antes que o pior venha acontecer no futuro, ou seja, a inviabilização do futebol juventino no masculino e até mesmo sua não participação em torneios ou fazendo para não encerrar as atividades junto a Federação Paulista. Casos como o União São de Araras ou o União Barbarense servem de lição neste presente momento.

Por fim, o Juventus precisa entender que a maior parte da sua torcida que acompanham os jogos no Estádio Conde Rodolfo Crespi (o nome precisa ser mudado, afinal, o Conde, financiou o Fascismo italiano) não são sócios(as) do clube social. A acanhada Rua Javari precisa de mais inspiração, unindo o tradicional ao moderno. O estádio, tombado e sem possibilidade de alterações visando a manutenção histórica, acho correto isto, não serve mais como referência para quem precisa de disputas acirradas, fome de vitórias, riscando um passado mais negativo que positivo nos campos paulistas, brasileiros e até internacionais! Só para lembrar, já ganhamos da Roma e da Sampdoria na Itália numa excursão. Será o centenário juventino na A2 ou até mesmo na A3 do Paulista? É hora de acordar. Não basta vestir o manto juventino e torcer. A situação vai bem além disto conforme descrevi. Não entendam este texto como uma pessoa negativa que escreve e sim quem deseja o melhor ao clube família que é o Juventus. Vamos mudar, Clube Atlético Juventus?
Pin It
Atualizado em: Qua 20 Jul 2022

Deixe seu comentário
É preciso estar "logado".

Curtir no Facebook

Autores.com.br
Curitiba - PR

webmaster@number1.com.br