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Sábado infindável
O calor de 32°c queima meu cérebro antes inundado pela chuva de "cem anos" que desabou centenas de tetos e enlameou o amor de milhares. Debaixo dos raios UV, o carro que antes corria em direção a liberdade foi impedido de prosseguir, sangue escorria pela mangueira do radiador e o motor fundia com os gritos dos passageiros.
O discar dos números me tirou de um devaneio secreto, e logo o reboque vem guinchar meu corpo carbonizado, nunca pensei no quão longo um sábado poderia ser. Estou deitada no chão a espera, o sol queima até os ossos e vejo as nuvens se acumularem, por favor, não quero que chova novamente.
Esse guincho não chega e não há nada mais que o sol possa queimar, o céu me observa com desprezo e se prepara para mandar a enchorrada que irá me afundar.
Atualizado em: Sex 21 Jan 2022