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Um livro, sim, um livro para nos levar adiante
Um livro, sim, um livro para nos levar adiante
Rogério Duarte Fernandes dos Passos
Resenha. ZELINSKI, Ernie J. Levando a vida numa boa. Trad. Maria Cândida R. Dias Bordenave. Rio de Janeiro: Sextante, 2003, 125 p.
Nascido em 1949, Ernie J. Zelinki é portador de uma mensagem de apoio e de autoconhecimento para os seus leitores.
Em “Levando a Vida numa Boa”, best-seller em vários países, Ernie propõe que tenhamos o autoconhecimento a partir de uma vida mais intensa, verdadeira e de coração mais tranquilo, materializando um daqueles livros que poderemos ler ao longo de todos os dias de nossa jornada na Terra.
Será que há mesmo um segredo para a vida? Ernie J. Zelinski nos convida e ter mais tempo para esse misterioso e imprevisível fenômeno, sem a busca persistente por “segredos”, pois, do contrário, não se contempla a sua magnificência (p. 11), de forma que é interessante observar que quando o autor parecia ter ficado “sem sentidos” diante das tribulações, ressignificou a sua jornada, e por meio de seus ensinamentos, pôde dá-los para os seus leitores.
Nesse exercício de viver, não há que se justificar perante às críticas ferinas, considerando não ser possível ser querido por todos; há sim, que se buscar por respeito e não por notoriedade, no que podemos deixar para os outros os “ares de intelectual” (p. 36).
Ser agradável – e agradável a si próprio, pela própria conduta – e não dedicar energias para ressentimentos, é parte de uma jornada em que é mais razoável evitar problemas do que solucioná-los (p. 41). E os amigos de outrora são bênçãos (p. 42), no que intuímos e sentimos o caminho do bem, em trilha grandiosa de respeito a si mesmo (p. 45).
Diz Ernie com propriedade: “depender dos outros para ser feliz é provavelmente o caminho mais difícil para a felicidade“ (p. 46), de maneira que nossas mentalizações tornam-se ainda mais edificantes com bons pensamentos, mesmo em favor daqueles com quem desencontramos em nossa trajetória, em que o desejo uno do bem reverte em favor de todos e, obviamente, de quem o reflete e sente (p. 47).
Ter e satisfazer-se com o que se tem é outro grande ensinamento (p. 48), no que saber tirar proveito de circunstâncias difíceis para se reconhecer o valor da vida e fazê-la saborosa é uma ideia de encanto e acolhimento para a alma (p. 49).
Pensar no bem, fazer o bem, carregar consigo as próprias obras (p. 50) e tornar o sofrimento escola para a elevação da consciência (p. 51), aliada à mudança de perspectiva para a outorga de melhor sentido à vida (p. 52), é a missão, em verdadeira assunção de responsabilidade por todas as experiências, mesmo as menos edificantes (p. 53).
Nesse triunfo sobre si mesmo – ou lado de si mesmo – pensar antes de falar, não se remoer pelo passado ou pelas preocupações (p. 54), descobrindo que nada é tão sério ou impossível como parece e que a crise de hoje revela boa história para o amanhã (p. 55) – em aforismo útil para os dias que vivemos –, tornam-se lições de uma vida que quer ser boa, que quer ser de fato viva e verdadeira.
Para que então a vida seja boa, pensá-la como uma aventura e não uma tragédia, disciplinando a mente em favor de bons pensamentos (p. 56) revela como ela, no seu viés simples, pode então ser boa, feliz (p. 58-59), onde a lição de não repetir algo que não dá certo (p. 59) é imprescindível lição para todos nós.
De fato, descomplicar a vida, identificando as coisas que não têm importância (p. 60), viver agora – e não esperar a aposentadoria (p. 63) – são norteadores, sem que nos esqueçamos da saúde física e mental (afinal é no nosso corpo que moramos!) (p. 65). Entrementes, dando valor às coisas que existem antes de se esvaírem ou se perderem (p. 64), identificamos outra benesse que nos é propagada – ou ensinada ou relembrada – por Ernie, que insiste em caridade a favor de todos nós em trazer a compreensão que tempo é melhor que dinheiro (p. 67), de forma que sentindo-nos felizes agora, com o que temos, seremos mais felizes que boa parte da humanidade (p. 67).
Sim, muitos bons conselhos chegam até nós sem que esperemos (p. 67), em um paradoxo no qual em que tudo insistentemente esperamos, nada teremos (p. 72). Talvez ser com pouco seja a chave de tudo, e a paz de espírito, o “tudo” e a própria sabedoria (p. 72-73), reconhecendo adversidades como oportunidades (p. 102).
Poderíamos falar ou refletir acerca de muitos bons ensinamentos de Ernie J. Zelinski. Contudo, jamais desejaríamos (ou poderíamos) impedir o leitor de alcançar essa jornada de alegria e sabedoria com este pequeno grande livro.
Muito obrigado Ernie J. Zelinski.