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A Educação e o Corona virus
Portões fechados e alunos distantes das salas de aulas. Esse cenário com milhares de escolas fechadas em diversos países não se repetia desde a Segunda Guerra Mundial, evidenciando novamente todo o zelo que devemos ter com o ensino, que desta vez foi escancarado pela relação indireta entre Educação e Coronavírus. Em meio a esse panorama assustador e conturbado, não apenas na questão de saúde mas também do aprendizado das crianças e dos jovens, os impactos no ensino são vários. Enquanto alguns escancaram alguns problemas na área da Educação, outros podem ser oportunidades de crescimento e evolução, basta que saibamos trabalhar de maneira coordenada, colaborativa e inovadora. A Covid-19 trouxe prejuízos para diferentes âmbitos da sociedade. Os impactos foram sentidos nas áreas da saúde, social, emocional, cultural, política, entre outras. E os reflexos da pandemia na Educação? Na Educação, as ameaças foram significativas porque crianças e adolescentes complementam o processo de socialização na escola. O aprendizado ocorre por meio de sentidos, sensações, proximidade e o estudante precisa significar com essas vivências. A pandemia não permitiu que esse processo ocorresse em sua plenitude. Mas, os reflexos da pandemia na Educação não foram só negativos, houve também aspectos positivos como o avanço da tecnologia, aceleração do ensino híbrido e ganhos no desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos estudantes, como a maturidade e a organização para lidar com a autonomia imposta no ensino a distância. De uma hora para outra, as crianças e adolescentes tiveram o convívio social restrito apenas ao nível familiar. Pais e filhos passaram a dividir o espaço em tempo integral, o trabalho e a escola adentraram os lares, as dificuldades de convivência na família ficaram mais evidentes, a tensão pelo contágio e o medo pelas perdas com coronavírus também se fizeram presentes. As principais dificuldades apresentadas pelos estudantes no que se refere à questão escolar foram a mudança de ambiente e rotina, a adaptação às ferramentas tecnológicas, sobretudo para os menores, a organização e a gestão do tempo. Além disso, prestar atenção às aulas já era um desafio para boa parte deles, e com as aulas online, esta questão se intensificou ainda mais. Outra situação relatada com frequência pelos estudantes foi a sensação de não estarem aprendendo. Essa insegurança gerou mais ansiedade, que somadas às muitas incertezas já presentes nesse momento de pandemia, tiveram impactos consideráveis na saúde emocional e psicológica do estudante. Com o início do ano letivo 2021, é hora de as instituições escolares pensarem em estratégias porque os prejuízos podem existir, mas são temporários e amenizados pelo trabalho da escola e do professor em sala de aula, partindo da utilização das ferramentas tecnológicas para a mediação da aprendizagem, da seleção das prioridades curriculares e da adequação das habilidades e competências a serem desenvolvidas. Além disso, para minimizar estes prejuízos de forma que essas dificuldades não persistam, eu como professora acredito que o atendimento individualizado e o contato próximo com cada estudante, para entender a sua trajetória, possibilita oferecer suporte para as suas possíveis dificuldades ou para o avanço de performance. Esse é um diferencial importante no acompanhamento estudantil para o alto desempenho.
No entanto, ainda é difícil mensurar por quanto tempo as dificuldades trazidas pela pandemia serão sentidas pelos estudantes, tendo em vista o universo de disparidades existente nos diversos níveis de ensino na educação brasileira.
Atualizado em: Dom 23 Maio 2021