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O que queremos da escola e da prática docente para a educação inclusiva?

A educação inclusiva concebe a escola como um espaço de todos, no qual os alunos constroem o conhecimento segundo suas capacidades, expressam suas idéias livremente, participam ativamente das tarefas de ensino e se desenvolvem como cidadãos, nas suas diferenças. Nas escolas inclusivas, ninguém se conforma a padrões que identificam os alunos como especiais e normais, comuns. Para que essa escola possa se concretizar é patente a necessidade de atualização e desenvolvimento de novos conceitos, assim como a redefinição e a aplicação de alternativas e práticas pedagógicas e educacionais compatíveis com a inclusão.
Assim, como educadores, precisamos contribuir para instituição da escola como espaço de aprendizagem para todos os alunos, problematizando o currículo escolar, os processos de avaliação, os momentos de formação, planejamento, as relações estabelecidas nesse cotidiano, os apoios que necessitamos para dar conta de todos os alunos, as parcerias necessárias, bem como as políticas públicas favorecedoras da garantia de acesso, permanência e ensino com qualidade a todos os alunos. Muitas decisões precisam ser tomadas pelas escolas ao elaborarem seus Projetos Político Pedagógico, entre as quais destacamos algumas, que estão diretamente relacionadas com as mudanças que se alinham aos propósitos da inclusão: fazer da aprendizagem o eixo das escolas, garantindo o tempo necessário para que possam aprender; reprovar a repetência; abrir espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam praticados por seus professores, gestores, funcionários e alunos, pois essas são habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania; valorizar e formar continuamente o professor, para que ele possa atualizar-se e ministrar um ensino de qualidade.  A família precisa fazer parte desse processo, o amparo e compreensão familiar são imprescindíveis para a inclusão educacional e social, primeiramente é preciso que as famílias aceitem suas crianças, rompendo com o preconceito de que elas são dependentes para tudo, por outro lado, muitos pais superprotegem seus filhos não os levam para a escola na tentativa de não fazê-los sofrer.
Diante dessas reflexões buscamos objetivar pontuando as dificuldades encontradas no ambiente escolar para a inclusão, apontar alguns dos paradigmas que precisam ser quebrados para a inclusão escolar, conhecerem algumas das ações pedagógicas que possibilitam a efetivação da inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais no cotidiano escolar. Para incluir é necessário romper com os preconceitos criados pelas sociedades, para trabalhar com um objetivo de ter uma sociedade mais justa na qual os professores não tenham medo do novo, dando-lhes formação adequada para que se sintam seguros em sala de aula e possam passar um os conteúdos com qualidade.
Contudo a inclusão coloca inúmeros questionamentos aos professores e técnicos que atuam nessa área. Por isso é necessário avaliar a realidade e as controvertidas posições e opiniões sobre o termo. Outro aspecto a ser considerado é o papel do professor, pois é difícil repensar sobre o que estamos. A tendência é focar as deficiências dos nossos sistemas educacionais no desenvolvimento pleno da pessoa, onde se fala em fracasso escolar, no déficit de atenção na hiperatividade e nas deficiências onde o problema fica centrado na incompetência do aluno. Isso é cultura na escola, onde não se pensa como está se dando esse processo ensino-aprendizagem e qual o papel do professor no referido processo.
O que queremos da escola e da prática docente para a educação inclusiva? (2 Parte –Continuação)
A inclusão de crianças surdas: A apresentação inicial do/a professor/a criança é importante: fale seu nome de forma bem articulada ou sinalize no alfabeto manual. Caso tenha um sinal, mostre à criança. Procure conhecer a história desse aprendiz: quando perdeu a audição (é surdez pré-linguística ou pós- linguística), quais as suas estratégias de comunicação (oralidade ou LIBRAS), a instituição que o acompanha, se possui resíduo auditivo, se utiliza aparelho auditivo, etc. Em filmes, cuidar que os vídeos utilizados tenham legenda. Dirija-se sempre à/ao aluno/a para localizá-lo/a sobre o tema que está sendo falado ou mostrado em sala (falar perto, devagar e olhando para a pessoa).
Passos que devemos colocar em ação tanto na escola como na vida de cada aluno. Inclusão de crianças cegas: A apresentação inicial do professor à criança é importante, visto que o/a aluno/a cego/a identificará seu professor/a pelo reconhecimento de sua voz. Procure conhecer a história desse/a aprendiz: quando perdeu a visão, quais as suas estratégias de estudo, a instituição que o/a acompanha, se possui memória visual, se necessita de material ampliado, se trabalha com Braile ou com softwares de leitura de tela, etc. Ao trabalhar imagens, explore narrativas e descrições. Em filmes, providencie que alguém faça a áudio-descrição para a criança cega. Ao trabalhar objetos e utensílios, explore a fala descritiva e o tato. Os textos e demais leituras oferecidos às crianças devem ser convertidos a formatos acessíveis: Braile, áudio, texto eletrônico, forma ampliada, etc. Dicas de convivência: Ao aproximar-se, se a criança cega estiver sozinha, identifique-se sempre e cumprimente com aperto de mão.  Ao guiar, deixe que a criança segure em seu braço e atravesse a rua em linha reta.  Nos ambientes, diga, discretamente, onde as coisas estão distribuídas e quais as pessoas presentes. Descreva a direção ou o fato, tendo como referência a criança. Nas refeições, descreva os alimentos servidos, faça o prato apenas se a criança assim desejar. No cotidiano, mantenha a rotina do espaço, portas sempre devem estar abertas ou fechadas (nunca entreabertas). Ao distanciar-se da criança cega, avise para que esta não fique falando sozinha.
Inclusão de crianças com baixa visão: A apresentação inicial do/a professor/a a criança é importante, visto que a criança com baixa visão pode lhe dar dicas de como enxerga e de que tipos de apoio precisa. Os textos e imagens devem ser ampliados. Explore os contrastes com cores e texturas, a sinalização dos ambientes é importante.
Inclusão de crianças com dislexia: A criança com dislexia tem maior facilidade em lidar com a prática, portanto, imagens serão sempre bem-vindas. Figuras ilustrativas ou a realização de atividades utilizando o material concreto ajudarão na compreensão do texto apresentado. Considerando as dificuldades da criança com dislexia (atenção, concentração, memorização e organização), impor- ta respeitar seu tempo diferenciado de interpretação.
Inclusão de crianças com deficiência intelectual: A apresentação inicial do/a professor/a à criança é importante, visto que a criança perceberá o respeito e ficará mais segura com a acolhida do/a professor/a. Cumprimente e se despeça da criança naturalmente. A deficiência intelectual não é uma doença, não é contagiosa, não é sinônimo de violência - é preciso romper com esses preconceitos. As crianças com deficiência intelectual talvez precisem de mais tempo para a realização das atividades, respeito há esse tempo. Não superproteja, deixe que a criança faça ou tente fazer sozinha a que puder. Forneça o apoio necessário à criança, dê oportunidades para que ela mostre suas habilidades, não subestime a inteligência das crianças com deficiência intelectual.
Inclusão de crianças com deficiência física é importante ter atenção às possíveis barreiras arquitetônicas dos espaços da igreja (degraus, balcões, sanitários não adaptados, etc.), evite constrangimentos. Quando a conversa demorar, sente-se para que fique à altura da criança. Quando houver uma criança com deficiência física no grupo, crie brincadeiras das quais todos/as possam participar- não faça brincadeira somente para a criança com deficiência física, isso é exclusão
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Atualizado em: Sex 14 Maio 2021

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