person_outline



search

O romantismo da inclusão nas escolas brasileiras

Apesar da lei que obriga a inclusão nas escolas brasileiras ter promovido o aumento do número de matrículas de alunos com deficiência, o Censo Escolar do MEC de 2015 apontou que, dos 232 mil que entram no primeiro ciclo da educação básica, apenas 64 mil chegam ao ensino médio. Ainda assim, muitas famílias renovam a esperança de ter seus entes nessas condições aprendendo com os demais alunos. O que se vê, porém, para frustração dos familiares e desespero dos idealistas da inclusão, é que essa proposta não é eficiente.
Isso ocorre porque construíram o trem, mas esqueceram-se dos trilhos; em outras palavras, criaram a lei e a teoria, todavia não atentaram para o fato de que, nem as escolas, nem os professores estavam preparados para lidar com os inúmeros tipos de deficiências. Os professores, porque nenhuma formação, por mais completa que seja, contempla as técnicas para lidar com tantas peculiaridades quantas forem as deficiências; as escolas, porque as salas são muito cheias e o professor não tem condições de dar a atenção que alguns alunos portadores de limitações demandam, como segurar na mão para escrever, por exemplo.
Além disso, o número de funcionários nas escolas não é suficiente para atender a necessidades mais restritivas, cujas limitações exigem cuidados e atendimento personalizados, como auxílio na locomoção, alimentação e higiene do educando. Somado a isso, como predomina a limitação intelectual em mais da metade dos alunos do ensino médio com deficiência, o risco do nível de aprendizado das aulas, nas salas que incluam esses alunos, ficar muito abaixo da capacidade cognitiva da média da turma é grande.
Com base no que foi discutido, percebe-se que a proposta de inclusão de alunos com deficiência nas escolas brasileiras é uma ação bem intencionada, mas um tanto romântica para realidade do Brasil. Assim, para não ser o caso de prometer algo às famílias dos deficientes e depois não conseguir cumprir, deve-se primeiramente adicionar especialistas em inclusão em todas as escolas, habilitados pelo Estado, para atuarem junto aos professores nas salas de aula, com a intenção de dar total e necessária atenção aos alunos portadores de deficiência, a fim de, assim, evitar mais frustrações aos seus familiares.
Pin It
Atualizado em: Ter 5 Jan 2021

Deixe seu comentário
É preciso estar "logado".

Curtir no Facebook

Autores.com.br
Curitiba - PR

webmaster@number1.com.br