Precisar ou querer

Maria Eduarda tinha se adaptado muito bem a rotina da editora, e estava feliz na vida profissional, nas amizades, mas sua vida particular precisava de alguém especial. O que ela se questionava se estava preparada para compartilhar as suas manias com alguém, depois de conquistar uma vida todinha sua... Ela sempre gostou de sua companhia, e estar sozinha não era sinônimo de solitária. Mas ela queria compartilhar esse seu aspecto muito difícil de administrar que era seu lado emocional. Ela havia despertado para um sentimento de permitir deixar alguém se aproximar não apenas para loucuras de uma noite ou muitas seguidas, não se apegava  a ninguém para permitir sair de sua zona de conforto, mas precisa compreender que toda escolha e uma perda, não existe alma perfeita, a vida não tem controle, a sua vida, nem de ninguém. E depois de muitas dúvidas resolveu ir a um psicólogo para se entender melhor e conseguir descobrir o porque da sua fobia em se comprometer com outro ser humano... Ela sentia atração, desejo, carinho por quem ele se envolvia, mas não tempo bastante para se comprometer e passar adiante para outro nível. E com os anos ela se acostumou com esse vazio emocional. Não desejava ter uma vida sem essa experiência de ligação com alguém, ela desejava sentir a emoção de se conectar com alguém, e desejar seguir adiante, não queria colocar defeitos, obstáculos e ficar aliviada por mais uma paixão que durou o tempo necessário. Os sentimentos precisavam ser sentidos e não queria mais fugir para zona de conforto por um relacionamento que felizmente não deu certo. Cecília sua amiga do trabalho  havia indicado uma psicóloga, ela marcou a consulta e foi trabalhar sua cabeça para deixar de administrar o seu coração.

Não podemos nem devemos ser prático nos assuntos do coração, mas não queria virar uma mulher passional. Está foi a frase que começou sua conversa com Silvana, a psicóloga. A sala era agradável com almofadas pelo chão. As duas ficaram descalças, e neste ambiente informal ela foi descobrir o que faltava para se sentir feliz na vida pessoal, emocional de forma plena.