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São Paulo
São Paulo, São Paulo, São Paulo. São Paulo é onde o samba vai pra morrer, onde as garotas são frias e os predios muito altos,onde deságua o pinheiros e a correria não acaba, onde a gente se sente apequenado (de novo, por causa do tamanho dos prédios). Sou carioca demais, tudo isso é muito pra mim. Queria dizer que Sampa é cinza e o Rio lindo, que Copacabana tá sempre lá abençoando a gente e que tá tudo bem quando se rodeia das morenas marcadas por seus micro-biquínis bebendo caipirinha de 51; mas eu não consigo, não consigo entrar na mentalidade "carioca bossa nova" e amar o Rio incondicionalmente (talvez se fosse rico, amaria mais; mas se eu fosse da elite amaria até São Paulo)
São Paulo tem sua própria versão de tudo e seus próprios nomes também: bolacha, pizza paulista e por aí vai... a cidade tem tantos transtornos que não se pode contar com os dedos ou nem com a numerologia tradicional: ansiedade, bipolaridade, depressão, vícios (com poucas virtudes. Os paulistas não tem praia nem sol, então eles inventaram o proprio jeito de passar o tempo, sobem predios pra ter onde gastar energia e capital, perdem o tempo em parques monotonos e em exposições pretenciosas de pixadores estrangeiros que não fazem a menor ideia do motivo por qual eles atacam a propriedade privada - ou atacavam. Até a revolta do artista miseravel a capital movida pelo capital consegui "encaretar", legalizam o pixe despindo ele de todo o valor de classe "pode me pixar" diz o muro perto da liberdade. Acabaram com a liberdade, com a revolta, transformando numa arte que pode ser consumida com segurança pela antiquada intelectualidade nacional.
Eu gosto de São Paulo.
Atualizado em: Qua 28 Out 2020