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João Febrio

Quando atravessei a rua, já não havia mais o outro lado. Será que eu não o via? 
O asfalto estava quente, tão qual a minha febre.
Não enxergava direito, assim como não via a rua.
Talvez é porque alí ela não havia.
A rua talvez nunca existiu.
A calçada estava vazia, eu estava sentindo frio.
Não havia pessoas, não havia carros e não havia uma mosca se quer.
No meu pensamento talvez, eu não queria nem que existisse mesmo.
A rua estava solitaria, eu estava alí sozinho.
Meu pensamento me guiou para o vazio.
O vazio dos meus sentimentos.
-Naquele dia eu não queria estar com ninguém, apenas sentado naquela calçada, daquela solitária rua, pensando em tudo, e ao mesmo tempo não querer estar pensando em nada.
Foi difícil. Tomei um chá, deitei e dormi. No outro dia a febre passou. Finalmente posso sair de casa e ver o movimento dos carros, das pessoas e do barulho todo da cidade grande. Acordei bem melhor naquele dia.
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Atualizado em: Qua 22 Jul 2020

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