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"Por que será que Sócrates errou no tema mais importante da Filosofia?"

Como é de conhecimento de todo bom estudioso da Filosofia (ou pelo menos deveria ser!), Sócrates não escreveu nada de sua vida, tão pouco de sua obra ou vida filosófica (assim como o Mestre JC), todavia, teve dois ilustres discípulos que tiveram por bem, fezer isto.
 Platão e Xenofonte biografaram a vida e os feitos de Sócrates. Dentre esses dois o que mais destacou-se pela riqueza e agudeza de pensamento e obra literária foi Platão (Arístocles), sendo assim, se conhecemos bem Sócrates hoje foi porque o assim bem nos "apresentou" ou escreveu Platão.
 Dessarte eu não ater-me-ei aqui, nos aspectos biográficos dos biógrafos de Sócrates (esse texto não é ad hoc para isto), e sim e somente sim em um erro imperdoável sobre o tema mais importante de toda a Filosofia Geral por ordem de prescedência ("A existência de Deus." Cf. KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Tradução de Valério Rohden e Udo Baldur Moonsburger. 2. ed. São Paulo - SP. Editora Nova Cultura Ltda, 2000.), que o Pai da Filosofia cometera, logo nos píncaros de sua maestral vida filosófica.
 Sócrates ao estar certa feita (como lhe era costumeiro), discutindo com alguém sobre algo, ou seja, conversava com Adimanto. Sócrates então formulou perguntas para Adimanto no livro A República sobre causa e efeito relacionando os resultados à Deus, porém tomando para isso premissas falsas incoerentes com os atributos de Deus, por isso no que diz respeito a afirmação que ele faz sobre Deus não ser a causa de todas as coisas, ou seja, Deus uma vez que é bom, não poderia ser a causa de mal, ele acaba obtendo este pseudo e equivocado diagnóstico a respeito de YHWH, exatamente por ele utilizar como premissa nas perguntas dirigidas a Adimanto objetos sensoriais de caráter temporal, variável e dependentes, (estilo sofístico próprio de Sócrates), ou seja, Sócrates fala sobre os objetos não-sensoriais bem e mal, que do ponto de vista temporal estão sujeitos ao tempo normal no que diz respeito as suas variações; exemplo uma pessoa pode ser boa e praticar o bem em uma determinada fração de tempo ao longo de sua vida, em contrapartida, essa mesma pessoa que outrora praticava bem, agora pode perfeitamente praticar o mal nada a impede; seguindo com a linha de raciocínio, o bem e o mal do ponto de vista variável, pode ser variável tanto em quantidade, muito mal ou muito bom, ou o contrário, como também pode variar de pessoa para pessoa; já observando o bem e o mal do ponto de vista dependente, vemos perfeitamente que tanto um quanto outro são objetos dependentes do fator permissivo, ou seja, para que o bem ou o mal que está dentro de mim aconteça primeiro é necessário que tanto um quanto o outro passe pelo crivo de minha autorização, ou seja, primeiro eu mesmo preciso assim o deliberar; logo tomando por base as premissas de Sócrates em suas perguntas evidentemente as suas respostas só se tornariam validas para um ser dentro dos padrões supramencionados, ou seja, ser humano.
 Todavia, o que Sócrates deixou escapar foi o simples fato bem elucidado na teodicéia bíblica, de que Deus não é o mal em si ou o criador do mal, porém como um Ser Todo Poderoso, Atemporal, Imutável, Independente, Auto Suficiente, apenas permite como Ser Superior que, o mal possa existir ou acontecer (e.g., o Querubim Ungido e sua queda), mesmo com a passagem bíblica onde
o profeta diz "Eu sou Deus o criador do bem e do Mal", mesmo assim Deus não pode de forma alguma ferir nenhum de seus atributos tanto os comunicavéis quanto os incomunicáveis.
 Tendo em vista isso é que afirmo que Sócrates errou desastrosamente sobre a existência.
(Para ver a passagem da discussão de Sócrates com Adimanto na República):
Cf. PLATÃO. A republica (ou Da Justiça) /Platão - tradução, textos complementares e notas Edson Bini / São Paulo: EDIPRO, 2002.
Cf. PLATÃO. A república (ou Da justiça). Tradução, textos complementares e notas Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2012.
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Atualizado em: Sáb 7 Dez 2019

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