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Inventores

Tomada Edson, quer dizer, Thomas Edson não foi o único inventor da lâmpada elétrica; relatos da época mostram que várias pessoas ao mesmo tempo testavam vários protótipos; o dele foi mais feliz; mais ainda foi em registrar patente, no que era exímio, mas faltou a jogada de gênio: a tomada, que outros inventaram para criar a conta de luz. Aliás, ele foi pródigo no "quase"; quase inventou a vitrola; o fonógrafo dele usava cilindros de cera que não pegaram.Quase inventou o cinema, pois no dele, uma pessoa por vez via o filme. Imagine aquela fila imensa no cinema: "é minha vez!".
Os irmãos Lumiere só pegaram a invenção de um monte de gente, desde a lanterna mágica, e projetaram na parede, mas...não valorizaram seu invento, o que prova que nem sempre o empreendedorismo leva o mundo adiante; veja só: um mágico, Melies, inventou o cinema como é hoje e... não ficou rico com isso.
Sabiam que não foi Graham Bell que inventou o telefone? Um italiano desconhecido, de que não me recordo o nome, inventou-o, que coisa, para falar com sua mulher que estava no quarto! Dizem que Bell, na primeira ligação, chamou seu assistente no outro quarto e este já lhe trouxe a primeira conta de telefone! (piada velha!).
No caso do automóvel, inúmeros gênios tentavam criar a "carruagem sem cavalos", desde Leonardo da Vinci ,que criou, veja só, o carro a corda! Depois veio Cugnot; esse deve ser o barulho que houve quando colidiu com um muro e parou por aí sua charanga a vapor! Daimler e Bens tiveram mais sucesso com seu quadriciclo, só que o nome da empresa era o da filha de um revendedor na França chamada Mercedes ( estranho essa francesa com nome espanhol; imagine se fosse Josefine, aí o carro seria Josefine Bens!). Que bom; essa foi a razão do sucesso do carro e não tanto a mecânica; imagine você dizer: "Putz! Comprei um Daimler Bens!" Não faria metade do sucesso!
Entre os brasileiros, temos vários casos de relativo sucesso, pois é, terras tupiniquins, difícil alguém nos levar a sério; começou por Bartolomeu de Gusmão, o padre voador que criou, olha só , o aeróstato, que belo nome, para falar do balão, esse que soltamos na festa junina, só que ele foi apresentá-lo ao rei de Portugal, no palácio de Queluz e, queimou as cortinas do salão! O rei ficou fulo com ele e não quis mais saber de balões, só que o padre Bartolomeu ainda resolveu fazer a Passarola e essa não deu certo mesmo; usava umas asas de gaivota, bem tosca mesmo, e não funcionaria.
Depois veio outro padre brasileiro (que coisa!), que inventou uma máquina de escrever que os ingleses usurparam ( assim diz a velha enciclopédia) e mais outro padre, dessa vez aqui na Paulista, que chegou a patentear um rádio! A transmissão foi aqui perto; só que tinha um probleminha: tinha que se alinhar o transmissor com o receptor; imagine hoje você chamando o técnico: "vira mais pra cá, pra lá, pegou!"-isso em cima de seu telhado!
Em Belém do Pará criou-se o "parafuso voador", que era uma espécie de dirigível e soube que José do Patrocínio ( jornalista abolicionista) construía um balão em sua casa. Não vamos esquecer de um tal de Abreu, que criou a Abreugrafia, aquela antiga chapinha de pulmão.
Mas o maior de todos, sem dúvida, foi Santos Dumont; temos que tirar o chapéu, grande como o dele, pois um cara que herda uma fortuna do pai cafeicultor, com vinte anos, vai fazer o quê? Gastar com mulheres e festas? Não, vai a Paris construir balões!
Só um parêntesis; aí vem aquela briga com os manos Wright, lá nos Eua, que dizem ter voado antes e que têm o testemunho de um vigilante e de um cachorro. Tá bom, os brothers Wright eram esforçados; tinham uma oficina de bicicletas; não eram ricos; o Flier era meio tosco mesmo; ficava-se deitado e nem o jornalzinho local quis registrar o evento, coisa que Santos Dumont fazia bem com seus balões; frequentava a sociedade, conhecia a Princesa Isabel.
O 14 bis não foi sua obra-prima, como veremos adiante, mas o que o deixou famoso; quer dizer , famoso mesmo não ficou por criar o relógio de pulso, coisa de seu amigo Cartier, mas sim por criar a expressão : "aeromoça do 14 Bis", quando queremos nos referir a uma senhora em idade mais avançada, com todo respeito. Que expressão: "aeromoça", uma moça que é aérea; que poético! Imagino a hipotética servidora do 14 Bis, o que era difícil, por só ter um lugar; hoje estaria com mais de cem anos e aí seria "aerovelha" mesmo! Vi umas que trabalhavam na Varig, jeitosas mesmo!
Bem, voltando às invenções, os brothers Wright, Orville e Wilbor ( imagine a mãe deles os chamando para almoçar! ) ficaram anos girando em uma praia da Carolina do Norte, sem mostrar a ninguém, enquanto Santos Dumont contornava a Torre Eiffel e voava no Campo de Bagatelle , tres chique! Quando resolveram mostrar, já era tarde; um monte de gente dizia que tinha voado, antes e depois deles; quer dizer, invenção é uma ação coletiva e não apenas de gênios em sua prancheta. Mas o toque de gênio de Santos Dumont foi a Demoiselle, esse sim um avião, protótipo de todos ultraleves; o 14 bis era meio problemático; o lado Dumont dele criou o aeroplano; o lado Santos achou que tinha que se colocar a hélice atrás! O mesmo quando criou uma hélice para colocar às costas, subir a montanha e esquiar; não era melhor fazer um bondinho, né? Mas isso falamos agora; o duro é criar algo do nada e, no começo se baseavam nas asas de pássaros; nada a ver!
Ele criou ainda o hangar, pois ninguém tinha pensado em um lugar para guardar dirigíveis e a expressão de gênio "aeroporto"; sim , pois por incrível que pareça ninguém tinha se dado conta que o avião tinha que sair de um lugar e ir para outro, coisa que os manos Wright não se deram conta, girando e girando em círculos; ah.. é mesmo? Por fim, Santos Dumont é muito mais charmoso e extravagante, com seu chapéu doido que virou moda e, se não se convenceram, existe uma marca de relógios de pulso chamada Dumont, mas a Wright motores de aviões não existe mais, pronto!
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Atualizado em: Qui 14 Nov 2019

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