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Filho de Gaia
Eu, filho da poesia,
não imaginei que um dia,
enquanto a humanidade no mundo evoluía,
a humanidade dentro do homem ruiria.
Nas ruínas da sicuta Sócrates sobreviveu ao sofismo
Hoje, do homem se escuta
Que a filosofia é terrorismo.
Eu, filho da canção,
Almejei a paz como natural evolução,
No entanto, convivi com a frustração
De ver um homem querer armar sua nação.
Como se não bastasse ter armado os corações,
Produziu contradições e manippulou as emoções,
Fez de cidadãos cidadões
O pensamento atrasou gerações.
Eu, filho do amor à sabedoria,
Sobrevevi a Urano e sua covardia,
Agora vejo fulano falar em mitologia
Sem conhecer a busca pela arché que ainda nos guia.
Todavia,
Assim como Sócrates venceu os sofistas,
Vivendo através de Platão,
Nós aqui temos as pistas
Para caminhar nessa fúnebre escuridão.
Eu, filho de Gaia, então,
Alimento-me de sua resistência,
Dela também vem a consciência
De que Copérnico não queimou em vão
