- Artigos Diversos
- Postado em
Gol Moral
Meus amigos, como bom brasileiro eu já vi várias coisas dentro das quatro linhas.
Vou contar àqueles que tiverem paciência, ou falta do que fazer, a minha opinião sobre um fato que de vez em quando acontece no futebol: o gol moral.
É isso mesmo. Gol moral. Não, não acho que estou inventando nenhum termo novo. Alguém já deve ter usado isso.
O gol moral não é exatamente aquele gol de virada, aos 45 minutos do segundo tempo, que enche o time de moral...
O gol moral não é exatamente um gol. Pelo menos não do jeito que manda a regra. Na verdade, dizem os mais apaixonados que até há um parágrafo original que regulamenta esse tipo de lance. O problema é que essa parte da regra o pessoal escreveu no verso da Tábua dos Mandamentos...
O gol moral é aquele gol que não foi mas que deveria ter sido. É aquele gol que deixa um instante de silêncio e apnéia no estádio, no narrador, no telespectador, no goleiro e até naqueles quero-queros que às vezes moram na grande área. Só que com um detalhe: no fim, a bola não entrou.
Bom, se não entrou não foi gol! Calma gente. Aí é que está a beleza. E é daí que vem o nome.
Meio confuso? Vamos a um exemplo claro.
Copa do Mundo de 1970, no México. Brasil e Uruguai. Lançamento pra Pelé que, sempre bem colocado, vence a defesa na corrida e sai cara-a-cara com o goleiro uruguaio. Até aí tudo bem.
Reparem que até então Pelé não tocou na bola. Na verdade, o passe foi mágico. A bola foi suave, delicada, prontinha pro domínio do camisa dez e pro drible no goleiro que saía desesperado.
Aí, meus amigos, veio a maestria. Como se fosse a coisa mais natural do mundo, como se fosse um simples levantar da cama de todos os dias, o dez tirou o corpo da bola. Tirou o corpo do goleiro.
E o pobre goleiro, desesperado. De repente, do nada, bola de um lado e o negão do outro. Como???? Cadê??? Por onde??? (os torcedores no estádio juram que chegaram a ouvir essas palavras do goleiro naquele instante de silêncio!).
E mais uma vez, mágica: dizem os que estavam mais próximos que depois do drible ouviram Pelé chamar pela bola, pouco mais do que sussurrando.
E ela fingiu que não era com ela. Fez charme. Como namorada em começo de namoro.
E lá foi o negão. Outra jingada de corpo e foi direto ao seu encontro.
E quando se encontraram, já como bons amantes que eram, ele teve de ouvir dela alguma coisa do tipo "por quê você demorou tanto?" ou "o que você estava fazendo por aí até uma hora dessas??".
E durante esse enlace entre apaixonados, até um zagueiro uruguaio passou não se sabe pra onde...
E lá foi o negão, com sua lábia futebolística, tentar dar um beijinho na sua querida, mas ela mais uma vez se fez de difícil e virou o rosto.
E o beijinho... pegou na orelha. Na orelha da bola.
Foi aí que ela resolveu ir embora. Embora pra linha de fundo.
Esse gol que não foi mas que deveria ter sido, é um dos maiores exemplos que eu conheço de gol moral da história.
E se eu fosse o juiz desse jogo eu pararia a partida, chamaria o capitão uruguaio e falaria com o peito estufado: Você vai concordar comigo que, moralmente, foi gol! E apontaria o centro do campo.
Eu tenho certeza que ninguém iria reclamar. Nem dentro e nem fora de campo. Pelo contrário.
Isso, meus amigos, é um gol moral.
Vou contar àqueles que tiverem paciência, ou falta do que fazer, a minha opinião sobre um fato que de vez em quando acontece no futebol: o gol moral.
É isso mesmo. Gol moral. Não, não acho que estou inventando nenhum termo novo. Alguém já deve ter usado isso.
O gol moral não é exatamente aquele gol de virada, aos 45 minutos do segundo tempo, que enche o time de moral...
O gol moral não é exatamente um gol. Pelo menos não do jeito que manda a regra. Na verdade, dizem os mais apaixonados que até há um parágrafo original que regulamenta esse tipo de lance. O problema é que essa parte da regra o pessoal escreveu no verso da Tábua dos Mandamentos...
O gol moral é aquele gol que não foi mas que deveria ter sido. É aquele gol que deixa um instante de silêncio e apnéia no estádio, no narrador, no telespectador, no goleiro e até naqueles quero-queros que às vezes moram na grande área. Só que com um detalhe: no fim, a bola não entrou.
Bom, se não entrou não foi gol! Calma gente. Aí é que está a beleza. E é daí que vem o nome.
Meio confuso? Vamos a um exemplo claro.
Copa do Mundo de 1970, no México. Brasil e Uruguai. Lançamento pra Pelé que, sempre bem colocado, vence a defesa na corrida e sai cara-a-cara com o goleiro uruguaio. Até aí tudo bem.
Reparem que até então Pelé não tocou na bola. Na verdade, o passe foi mágico. A bola foi suave, delicada, prontinha pro domínio do camisa dez e pro drible no goleiro que saía desesperado.
Aí, meus amigos, veio a maestria. Como se fosse a coisa mais natural do mundo, como se fosse um simples levantar da cama de todos os dias, o dez tirou o corpo da bola. Tirou o corpo do goleiro.
E o pobre goleiro, desesperado. De repente, do nada, bola de um lado e o negão do outro. Como???? Cadê??? Por onde??? (os torcedores no estádio juram que chegaram a ouvir essas palavras do goleiro naquele instante de silêncio!).
E mais uma vez, mágica: dizem os que estavam mais próximos que depois do drible ouviram Pelé chamar pela bola, pouco mais do que sussurrando.
E ela fingiu que não era com ela. Fez charme. Como namorada em começo de namoro.
E lá foi o negão. Outra jingada de corpo e foi direto ao seu encontro.
E quando se encontraram, já como bons amantes que eram, ele teve de ouvir dela alguma coisa do tipo "por quê você demorou tanto?" ou "o que você estava fazendo por aí até uma hora dessas??".
E durante esse enlace entre apaixonados, até um zagueiro uruguaio passou não se sabe pra onde...
E lá foi o negão, com sua lábia futebolística, tentar dar um beijinho na sua querida, mas ela mais uma vez se fez de difícil e virou o rosto.
E o beijinho... pegou na orelha. Na orelha da bola.
Foi aí que ela resolveu ir embora. Embora pra linha de fundo.
Esse gol que não foi mas que deveria ter sido, é um dos maiores exemplos que eu conheço de gol moral da história.
E se eu fosse o juiz desse jogo eu pararia a partida, chamaria o capitão uruguaio e falaria com o peito estufado: Você vai concordar comigo que, moralmente, foi gol! E apontaria o centro do campo.
Eu tenho certeza que ninguém iria reclamar. Nem dentro e nem fora de campo. Pelo contrário.
Isso, meus amigos, é um gol moral.
Atualizado em: Qua 13 Ago 2008