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Kung-an (Koan) – Sobre o diamante.
Este Kung-an nos mostra o diamante, os Oito Ventos e a importância de prosseguirmos na vida nos perdoando e nos darmos uma oportunidade de recomeçar.
Uma jovem estudante aflita com a sua nota baixa e preocupada com a opinião de seus pais dirigiu-se a uma monja Ch na (zen) que tinha acabado de meditar. Depois de cumprimentar a monja fez sua pergunta:
Estudante – Mestra, não entendo. Estudei o máximo para os exames, mas não tive êxito. Os professores, meu pais e até mesmo a senhora me acham uma jovem brilhante. Estou triste com esta derrota na vida. Não sei o que fazer.
Monja – Ó jovem discípula. Lembre-se derrota ou sucesso são vazios. Acredito em ti e no teu esforço. O Buddha nos ensina sobre os Oito Ventos[1]no Vinaya Mahasamghika:
“Lucro e prejuízo, difamação e fama,
elogio e repressão, sofrimento e alegria
são todos impertinentes; portanto,
por que deveriam ser causa da satisfação
ou de insatisfação?”
Estudante – Mestra. Entendo este ensinamento. Mas como devo me portar com relação a nota baixa que tirei?
Monja – Permita-me fazer uma analogia com o diamante. A senhorita acredita que é como o diamante, brilhante. A senhorita e o diamante são iguais em dois pontos. Precisam de lapidação, que se dá através do esforço, do sacrifício e das dificuldades que se apresentam. São fortes e firmes. Porém se tornou arrogante em sua autoconfiança e como o diamante se endureceu se apegando a tua ilusão e as tuas opiniões sobre ti mesmas.
Estudante – Ó Mestra me perdoe por este erro.
Monja – Por nada minha jovem. Permita-me continuar: o diamante é a substancia mais dura deste planeta, nada o quebra. Porém, se achares o coração dele o faz em pó. A senhorita pode se achar derrotada, porém diferente do diamante que se fez em pó a senhorita pode ter se quebrado, mas tem a possibilidade de se recompor, ou seja, se dar uma nova oportunidade. Se perdoe e continue se esforçando.
A jovem estudante agradeceu emocionada pelo ensinamento e partiu sorrindo.
- Este kung-an foi criado e adaptado de diálogos e reflexões realizadas pelo autor e diversos amigos.
2 - YÜN, Hsing – Cultivando o Bem: Uma perspectiva budista para o cotidiano – Editora de Cultura – São Paulo – 2001 – pág. 13.