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Miss M.
Maria Inês, a ilma professora, no alto de sua inconteste, inquestionável genialidade, afirmava com todas as letras e pormenores jamais confessáveis que o leitor deveria saber onde colocar as vírgulas.
Ótima idéia, Colombo! Isto nos poupa trabalho. Podemos escrever um texto que só tenha o título. E quando nos perguntarem: Onde o texto? Diremos: O leitor deve saber.
Já pensou, se Deus achasse que o mundo, pra ser mundo, bastaria o verbo?
Picasso não faria cubinhos; Dali não faria bigodes, e Dom Pedro... Esse não. Vai desculpar, mas o cara se antecipou à dileta professora em muitos anos.
Bom, nós que procuramos todos os dias, e com lágrimas nos olhos, escrever 1500 palavras, nos sentiremos extremamente confortáveis por lidarmos com leitores tão inteligentes, capazes de ler o nosso pensamento. Pressupõe-se que todos tiveram aula com a mui digna, culta e eloqüente: Inês.
Bem poderia ter outro nome. Inês rima com quê, afinal?
Vá Odair, escreva prosopopéias, uma linha, por favor.
Cá com meus botões, o que estou fazendo neste mundo?
O que pensam as pessoas de tão difícil que não consigo acompanhá-las? Será o meu raciocínio lento, a minha dislexia e as minhas convulsões; os meus neurônios explodindo dentro de mim? Será?
Eu poderia escrever Ulisses Revisitado, e deixaria pessoa nos pés. Todos eles me devem favores. Lista interminável. Alguns já pediram concordata. Vão se ferrar! Bem fundo. E que o ferro seja bem quente. E faça torrada de suas bundas fedorentas.
Pois é, Inês, cá estamos nós de novo, frente a frente. Venha com sua enciclopédia que eu virei com minha astúcia.
Saiba que por esses tempos, eu cuspi nas vestes do padre, caminhei léguas e não precisei de cajado, não vesti preto. Já o sou. Se minha aura é coberta de lama, e meu corpo de cinzas, minha mente é brilhante. E apenas por essa razão, porque afinal ignoro e repudio todas as outras, eu posso tudo. Tudo mesmo, e não duvide disso. Não duvide que eu possa fazer leitores medíocres preencher as tuas páginas em branco, com filetes dourado de sabedoria e letras góticas, que ao meu simples olhar desmanchar-se-ão na negritude infinita dos tempos, onde tudo se perde, até mesmo as luzes.
Ótima idéia, Colombo! Isto nos poupa trabalho. Podemos escrever um texto que só tenha o título. E quando nos perguntarem: Onde o texto? Diremos: O leitor deve saber.
Já pensou, se Deus achasse que o mundo, pra ser mundo, bastaria o verbo?
Picasso não faria cubinhos; Dali não faria bigodes, e Dom Pedro... Esse não. Vai desculpar, mas o cara se antecipou à dileta professora em muitos anos.
Bom, nós que procuramos todos os dias, e com lágrimas nos olhos, escrever 1500 palavras, nos sentiremos extremamente confortáveis por lidarmos com leitores tão inteligentes, capazes de ler o nosso pensamento. Pressupõe-se que todos tiveram aula com a mui digna, culta e eloqüente: Inês.
Bem poderia ter outro nome. Inês rima com quê, afinal?
Vá Odair, escreva prosopopéias, uma linha, por favor.
Cá com meus botões, o que estou fazendo neste mundo?
O que pensam as pessoas de tão difícil que não consigo acompanhá-las? Será o meu raciocínio lento, a minha dislexia e as minhas convulsões; os meus neurônios explodindo dentro de mim? Será?
Eu poderia escrever Ulisses Revisitado, e deixaria pessoa nos pés. Todos eles me devem favores. Lista interminável. Alguns já pediram concordata. Vão se ferrar! Bem fundo. E que o ferro seja bem quente. E faça torrada de suas bundas fedorentas.
Pois é, Inês, cá estamos nós de novo, frente a frente. Venha com sua enciclopédia que eu virei com minha astúcia.
Saiba que por esses tempos, eu cuspi nas vestes do padre, caminhei léguas e não precisei de cajado, não vesti preto. Já o sou. Se minha aura é coberta de lama, e meu corpo de cinzas, minha mente é brilhante. E apenas por essa razão, porque afinal ignoro e repudio todas as outras, eu posso tudo. Tudo mesmo, e não duvide disso. Não duvide que eu possa fazer leitores medíocres preencher as tuas páginas em branco, com filetes dourado de sabedoria e letras góticas, que ao meu simples olhar desmanchar-se-ão na negritude infinita dos tempos, onde tudo se perde, até mesmo as luzes.
Atualizado em: Qui 21 Ago 2008
Comentários
P A R A B É N S !
P A R A B É N S !
Mas ainda foi poético: 'não vesti preto. Já o sou. Se minha aura é coberta de lama, e meu corpo de cinzas, minha mente é brilhante'
E q se danem os medíocres q te invejam e esperam q vc se envergonhe dos seus talentos.
Beijo da Bruxa
Mas ainda foi poético: 'não vesti preto. Já o sou. Se minha aura é coberta de lama, e meu corpo de cinzas, minha mente é brilhante'
E q se danem os medíocres q te invejam e esperam q vc se envergonhe dos seus talentos.
Beijo da Bruxa