- Diversos
- Postado em
Lina
O ônibus passava regularmente sempre as dez para as seis, e religiosamente lá estava ela, olheiras de noite mau dormida, a jaqueta sobre os ombros a proteger-se do sereno da manhã, perpassava em seu semblante a faixa etária dos quarenta, talvez ate mais.
Bom dia seu Gilberto ! era a saudação mais cordial que poderia sair de um corpo cansado e de uma mente arredia, mas é humana e necessária, para poder ser reconhecida como tal.
O transporte a deixava a uma quadra de casa, passava na padaria, adquiria os seus dois pães diários, o leite do gato era de três em três dias, pois desta ela não se servia, a sua reticência a lactose lhe acompanhava desde o nascimento.
Neste dia em questão, lhe ardiam as faces, de um rubor colorado, que deveria ser oriunda da descarga hormonal ao qual o seu corpo já esta por antever.
Quando menina, lembrou-se de um momento que se assemelhava a este, e lhe ocorreu da sua primeira menstruação, correu ao encontro da tia que a criara e disse estar sangrando por baixo, a tia de maus bofes lhe assegurou que dali em diante todo santo mês ela seria agraciada com tal ocorrência, e que se não viesse, ela poderia ter sérios problemas se casada não o fosse.
Pois tal nunca ocorreu, nem a regra não vir, nem ela ter tido filho, marido ou quem quer que o valha. A vida transcorrera de forma rápida e senão de total indolor, ao menos não pareceria que houvesse qualquer sofrimento.
Disto já se passa aquele dia em que conheceu o desgraçado que por ventura tenha lhe causado qualquer desconforto, passou por ele na secretaria da escola, deu-lhe uma olhadela, depois se passaram vários dias ate que topasse com ele novamente. O sujeito estava a trabalho da escola, fora temporariamente contratado para fazer um tipo de serviço por ela desconhecido e que não lhe ocorria saber qualquer fato. Pelas manhas, ao sair ele passou a ser figura freqüente de seus olhares e em seguida de seus bons dias, e logo a seguir começaram a se falar, de bons dias pra cá e bons dias pra la, quebrou a sua rotina e aceitou um café.
Durante os meses de inverno em que o vento fustigava o seu telhado, o ruído das ondas do mar faziam estardalhaço na praia, aninhavam-se e por aqueles dias ela sentiu que poderia ser amor . . .
Mas os meses passam rápidos e o tempo sempre cobra um determinado valor para os sentimentos dos humanos, e num dia qualquer em que o sol se abriu, ele se fora.
Depois de então os seus dias retornaram ao que sempre foram, dias iguais, noites mais ainda. E, se lembranças houveram, tratou de apaga-las, ou quando muito, de esquecer, o que de resto é impossível não lembrar, a saudade das mornas manhas sendo companheira de alguém.
Bom dia seu Gilberto ! era a saudação mais cordial que poderia sair de um corpo cansado e de uma mente arredia, mas é humana e necessária, para poder ser reconhecida como tal.
O transporte a deixava a uma quadra de casa, passava na padaria, adquiria os seus dois pães diários, o leite do gato era de três em três dias, pois desta ela não se servia, a sua reticência a lactose lhe acompanhava desde o nascimento.
Neste dia em questão, lhe ardiam as faces, de um rubor colorado, que deveria ser oriunda da descarga hormonal ao qual o seu corpo já esta por antever.
Quando menina, lembrou-se de um momento que se assemelhava a este, e lhe ocorreu da sua primeira menstruação, correu ao encontro da tia que a criara e disse estar sangrando por baixo, a tia de maus bofes lhe assegurou que dali em diante todo santo mês ela seria agraciada com tal ocorrência, e que se não viesse, ela poderia ter sérios problemas se casada não o fosse.
Pois tal nunca ocorreu, nem a regra não vir, nem ela ter tido filho, marido ou quem quer que o valha. A vida transcorrera de forma rápida e senão de total indolor, ao menos não pareceria que houvesse qualquer sofrimento.
Disto já se passa aquele dia em que conheceu o desgraçado que por ventura tenha lhe causado qualquer desconforto, passou por ele na secretaria da escola, deu-lhe uma olhadela, depois se passaram vários dias ate que topasse com ele novamente. O sujeito estava a trabalho da escola, fora temporariamente contratado para fazer um tipo de serviço por ela desconhecido e que não lhe ocorria saber qualquer fato. Pelas manhas, ao sair ele passou a ser figura freqüente de seus olhares e em seguida de seus bons dias, e logo a seguir começaram a se falar, de bons dias pra cá e bons dias pra la, quebrou a sua rotina e aceitou um café.
Durante os meses de inverno em que o vento fustigava o seu telhado, o ruído das ondas do mar faziam estardalhaço na praia, aninhavam-se e por aqueles dias ela sentiu que poderia ser amor . . .
Mas os meses passam rápidos e o tempo sempre cobra um determinado valor para os sentimentos dos humanos, e num dia qualquer em que o sol se abriu, ele se fora.
Depois de então os seus dias retornaram ao que sempre foram, dias iguais, noites mais ainda. E, se lembranças houveram, tratou de apaga-las, ou quando muito, de esquecer, o que de resto é impossível não lembrar, a saudade das mornas manhas sendo companheira de alguém.
Atualizado em: Qui 5 Mar 2009