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Fênix - Parte VIII

Esbarrávamo-nos, sempre, pela rua, entretanto, não nos falávamos. Passei a odiá-lo e tentava ignorar sua existência, mas eu sentia saudades.

Até que, um dia, tocaram a campainha da minha casa e a voz que pedia que abrisse a porta era a de Fernando.

— Não vou deixá-lo entrar!

— Por fav... — Ele parou de falar.

De repente escutei um barulho muito alto.

— Fernando! — Gritei, correndo para abrir a porta.

Ao abri-la, o encontrei caído no chão. Desesperei-me e gritei por ajuda, enquanto prestava os primeiros socorros. Fernando estava desmaiado, totalmente lívido.

Um homem, que passava pelo local, me ajudou a colocá-lo dentro do carro e eu o levei ao hospital.    


O médico que o atendeu não permitiu que eu entrasse com Fernando, dissera que ele precisava ser medicado com urgência e que precisava de repouso. Eu tive de obedecê-lo, mesmo contra a minha vontade.

Mais tarde, fui autorizada a ir até ele.

Parei em frente à porta do seu quarto e hesitei em abri-la, por um momento. Respirei fundo e segui adiante.

Entrei em pânico, afinal, na hora do meu desespero, eu nem notara que seu corpo atlético, de outrora, desaparecera e eu não conseguia entender como tudo acontecera tão rápido.

Corri até ele, envolvi seu corpo frágil em meu abraço e, infelizmente, Fernando não reagia, nem quando eu beijava seu rosto, aparentemente, sem vida.

Senti-me impotente perante aquela situação, afinal não podia fazer nada. Então, apenas rezei para que ele se recuperasse logo.

No dia seguinte, voltei ao hospital para visitá-lo. E, então, soube qual era o problema de Fernando. Ele tinha uma doença degenerativa, como me dissera o médico que completou dizendo-me que ele estava em fase terminal.

Todas as terminações nervosas do meu corpo estavam em curto, ao passo que algo se revirava em meu estômago e um buraco abria-se em meu peito, eu estava inconformada e as lágrimas rolavam pelo o meu rosto sem que eu pudesse repreendê-las. Tudo isso era inaceitável. Inaceitável!

Eu era incapaz de acreditar no que ouvia. Era inacreditável o quão injusto era a vida... A cada minuto que passava o único homem que amei em toda a minha vida estava mais próximo da morte. Eu queria protegê-lo, impedi-lo de partir, mas isso estava além do meu alcance.

— Vá para casa, minha filha, descanse um pouco! — O médico me disse. Abanei a cabeça em sinal negativo, sem falar nada.

— Por que ele não acordou? — Perguntei.

— Ele está sob efeito da medicação até agora, mas é provável que amanhã ele já esteja acordado.

— Obrigada.

Caminhei até sua cama e acabei adormecendo, com a cabeça sobre o peito de Fernando, ainda chorando.

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Atualizado em: Qui 10 Jan 2013

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