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O assassino - Capítulo 1

CAPÍTULO 1

A casa

Quando achamos que a nossa vida está perfeita, algo acontece para mudar tudo, e transformar o que estava no lugar. Micky estava conversando com Sidy as mesmas coisas de sempre, falando da casa abandonada no final da rua e do fantasma aterrorizante de uma mulher. Existem rumores de que uma senhora, que beirava os seus 80 anos foi assassinada pelo próprio filho em plena luz do dia. O assassino havia corrido e nunca mais ninguém teve notícias dele. Os moradores não têm provas do ocorrido, mas defendem com unhas e dentes que é um fato verídico. Sinceramente, acho isso uma bobagem.

Sidy conhecia o Ricky Stiff, o suposto assassino. Costumara brincar com ele nos finais de semana, já chegou até a ir para a casa de veraneio dele. Sidy disse que Ricky nunca foi um garoto agressivo, nem mau-educado, muito pelo contrário, passava horas com sua vó, a senhora Vanrusk, deitado no colo dela, lendo livros e escrevendo algumas coisas.(Sidy nunca viu nada do que ele escrevia.). Micky é um garoto de 16 anos que adora viajar em seus pensamentos. Ele acredita que o espírito da senhora Vanrusk anda pela casa e muitas vezes fica a observar os moradores pela janela.

Uma certa tarde, naqueles dias sem-nada-para-fazer decidimos ir até a frente da casa. Eu não estava com medo, mas Micky e Sidy estavam se descabelando. Andávamos lentamente e parecia que o nosso corpo se movia involuntariamente, confesso que as minhas pernas estavam um pouco bambas. Quando chegamos em frente da casa, ainda na calçada, observamos toda a estrutura. Era uma casa alta, com um telhado reto, cor de cimento, com cinco janelas na frente todas fechadas, e duas portas com madeiras velhas, não que eu tivesse ido lá, era notório. Uma folhagem feia e seca subia toda a casa, partindo da porta até chegar na última janela esquerda. A pequena varandinha, mau dava para ser observada, as folhagens a cobria toda. A casa, parecia ter sido criada em cima de um morro. Atrás da casa, tinha uma grande árvore, de folhagens também secas, que a observei de relance, buscando não me mexer demais.

Olhávamos um para o outro, com olhos abugalhados, como perguntado “o porque de estar ali”, nós nunca havíamos chegado tão perto daquela casa. Eu não estava me entendendo, eu nunca acreditei nessa história de fantasmas, nem ao menos tive medo disso. Sidy estava arrepiada e Micky com as sobrancelhas arqueadas de espanto. Não esperávamos que a casa se mexesse, andasse, ou que a senhora vinhesse falar conosco (Deus me livre!), apenas queríamos observar de perto tudo aquilo que apenas comentávamos.

Sidy foi a precursora do primeiro passo. Eu não podia ficar atrás, iria mostrar medo. Olhei para o Micky e andei um pouco também, ousando apenas uma passada. Micky parecia imóvel, percebi que ele não conseguia controlar seus movimentos. Vi seu corpo pender para frente, mas suas pernas ficarem paralisadas.

— Vamos Micky! — Sidy procurou encorajá-lo.

Micky permaneceu ainda imóvel. Olhando fixamente para as janelas, agora com apenas uma sobrancelha arqueada (Parecia até engraçado!). Esperei que Sidy insistisse em convence-los, mas ela virou o rosto e ousou dar mais um passo. Meus olhos pareceram saltar ao vê—la andar mais um pouco, ela já estava quase fora da calçada e chegando na grama. Olhei para trás e fiz um gesto com a cabeça tentando convencer o Micky. Vi o seu pé avançar um pouco, mas menos de um passo, pareceu-me meio passo.

Sidy avançou novamente e estava pisando na grama. Pensei que ela estivesse fazendo isso involuntariamente, pensei até em puxá-la, mas não iria arriscar, talvez ela realmente fosse mais corajosa que eu, confesso. De repente, vi o Micky apoiar—se em meus ombros, fiquei feliz por ele, afinal havia superado seu medo, pelo menos em parte. Sidy parecia está na Disney World Resort. Vi seu corpo querer avançar ainda mais, ela já estava quase na porta. Vi seu olhar de curiosidade quando voltou a olhar para trás.

— Cuidado Sidy. — Falei na tentativa de contê-la. Mas contê-la de quê? Acho que estava sendo contaminado pelas ideias bobas e vagas de meus amigos. A prova disso, era que o meu corpo estava imóvel como o de Micky, que agora ao meu lado ousava ao menos mexer as mãos, certo...os dedos, mas mesmo assim era uma avanço. Segurei em sua mão e dei mais um passo, puxando—o comigo. Ele hesitou, mas puxei com tanta força, que parecia que havia puxado o corpo sem as pernas.

Sidy olhou para nós e deu o último sorriso, antes de bater na porta. “NÃO!” meu corpo gritou. Micky estava com um pé atrás, e tive vontade de voltar também, mas permaneci firme. Dos mais medrosos não queria ser o pior.

— Vem seus medrosos, Vamos entrar. — Sidy falou. Eu na verdade, não acreditei esta ouvindo aquele absurdo. Micky petrificou. Certo que eu não tinha medo e não acreditava, talvez isso não fosse um fato, mas entrar naquela casa? Era abandonada! Não que fosse,somente, por causa do fantasma, mas lá podia ter destroços, escorpiões, baratas, ratos (tá bom...chega de falar disso!). Não sou um adolescente medroso, mas tudo tem limite, eu não saí da minha casa até o final da rua para ser pisado por escorpiões, ou ter uma linda baratinha, daquelas cascudas, em cima de minha cabeça.

Sidy parecia esperar alguém abrir a porta (Tolice dela!). Ela estava plantada em frente a porta, insistindo em bater e esperar que alguma pessoa (O fantasma não!) abrisse a porta. Já estava preocupado com o Micky, aquilo tudo era muito forte para ele, tinha medo de que pudesse traumatizá-lo para sempre. Ele acreditava em um fantasma, mas ter a convicção de que ele existe, ou talvez não, era enlouquecedor. Talvez ele nos culpasse para sempre.

Sidy fez um gesto, que parecia está nos chamando. Micky segurou fortemente em meu antebraço, e senti o seu corpo negar o chamado. Mas não havia vindo até aqui para olhar e ir embora, apesar do todo o medo, agora realmente confesso, teria que encará-lo de uma vez por todas. Segurei novamente a mão de Micky e fui até onde Sidy estava. Ele não tirava o olho da janela, onde ele acreditava que o fantasma estava nos olhando (Espero que seja apenas besteira dele!).

Estávamos agora, todos parados em frente a porta, que voluntariamente abriu, sacudindo nossos corações, que agora batia mais forte que em dias de tempestades. Micky olhou para mim, pela primeira vez após chegarmos naquele lugar, penetrantemente. Parecia me alertar a não entrar, mas nenhum som saia de sua boca. Vi sua pupila se dilatar, como se estivesse em um blackout total.

— Calma Micky, tudo vai dar certo. — Minha voz saiu rouca e trêmula, Sidy percebeu que eu estava com medo (Droga!). Micky, mesmo assim, não respondeu nada, continuou com seu pálido silêncio. — Vamos Richard. — Ela me chamou pelo nome, isso significava ordem em nossa língua. Ela costumava me chamar apenas de R. Fiquei confuso naquele momento. Não podia entrar e abandonar o Micky aqui fora, do jeito que ele estava, seria perigoso. Mas se eu o conduzisse para dentro da casa e esse não fosse o desejo dele? De qualquer forma eu estaria ferrado, então decidi colocar seus braços apoiados em meus ombros (Ele era pesadinho!) e carregá-lo para dentro da casa. Ouvimos uma das janelas baterem fortemente, todos nós trememos profundamente. Vi até a Sidy ficar com as pernas bambas, mas mesmo assim, ela foi a primeira a entrar. Eu apenas a segui.

A casa por dentro era um pouco diferente da fachada. Ao entrarmos, demos de cara com um antigo quandro da senhora Vanrusk, com um senhor ao lado dela (Acho que era seu marido!). O quadro estava penso para a direita, e Sidy fez o favor de ajeitar (Ajeitar para quem?). Entramos diretamente na sala de visitas. Eu esperava que estivesse mais acabada, vi um sofá com apenas três furinhos no centro, um quadro na parede, que sem dúvida era uma falsificação de Da Vinci (precisava dizer isso.), e uma cadeira de madeira Ipê ao centro, em cima de uma tapete desgastado. Na cadeira havia uma camisa cinza pendurada. Ao lado, uma garrafa de Vinho do Porto, sem a tampa. E as janelas, que por mais estranho que pareça, estavam conservadas, enfeitavam aquela paisagem obscura.

Sidy parecia está se sentindo uma detetive em busca de provas de uma assassinato (essa não era a melhor hora para se lembrar de um assassinato!). A vi mexendo em tudo, tirando as coisas do lugar. Quando deslizei a minha cabeça para a esquerda, observei um lustre aceso, no fim da sala, no canto mais obscuro, perto da lareira. Ficamos espantados, procurei não olhar para o Micky sentado no sofá, preferia evitar mais desconforto para ele. Não conseguia entender, como poderia haver luz naquela casa. A história do assassinato (lá vai eu falar nesse nome de novo!) havia sido há cinco anos, última vez que alguém morou nesta casa. Era impossível ainda haver eletricidade.

Sidy, como sempre corajosa, decidiu ir mais perto para entender o que acontecia. Vi suas pernas balançarem, mas seu corpo ser levado lentamente. Ela parecia fria, mas calculista, ficava sempre com um pé atrás, senti que ela também não estava querendo demonstrar medo. Vi a luz do abaju querer apagar, ficava oscilando. Quanto mais Sidy se aproximava, mas aquele luz esmorecia. Fiquei parado bem atrás, aguardando o que aconteceria (estava mais perto da porta!). Quando Sidy chegou na luz, e levou os braços para cima, tentando tocá-lo, a luz desligou. Estávamos, agora, em blackout geral. Já não conseguia ver um palmo a minha frente.

— Sidy, está tudo bem? — perguntei para certificar-me de que tudo correra bem. Mas ela não me respondia. O silêncio parecia ser a única moradora da casa. Tentei forçar a minha vista, dilatando a pupila (queria ter o zoom da minha câmera digital!). Tentei chegar até a janela mais próxima. Se eu não estivesse errado, estaria a um pouco mais de um metro de mim. Fui para a esquerda, apoiando-me na parede, deslizando minha mão sobre aquela textura grossa, que parecia perfurar minha pele. Parecia que as janelas haviam combinado de sumirem todas ao mesmo tempo. Encontrei uma que furou a minha mão, uma farpa havia entrado em meu dedo polegar. Gruni de tanta dor. Péssima hora para aquilo acontecer. Mas havia achado a janela, a qual empurrei-a a fim de abri-la e iluminar a sala. A janela parecia empacar, coloquei toda a minha força nas madeiras desgastadas, e vi um feixe de luz passar por um pedaço de madeira velha que caíra e formara um buraco. Não era o que eu esperava, mas já dava para ver alguma coisa. Na verdade, quem eu queria ver, não estava vendo. O Micky ainda estava sentado no sofá, mas agora com as mãos tampando todo o rosto. Meu olhar buscava a Sidy, que sumira com o blackout, meu coração já parecia mais acelerado do que antes. Fui até o lustre, tomei fôlego e criei coragem, afinal era a minha amiga de infância. Será que ela levou um choque? — Pensei. Andei por toda a sala e não a vi.

No final da sala havia um sombrio corredor que talvez desse acesso aos quartos, cozinha, algo do tipo (minha pernas voltaram a tremer). Eu precisava encontrar a Sidy, ela não poderia ter sumido, estava ao meu lado a poucos minutos atrás. Para onde ela correu? — decidi então, adentrar o corredor, estava com as pernas bambas, mas me aproximei. Ouvi novamente o barulho estrondoso de uma janela fechando. Dei um pulo e segurei o meu coração com uma das mãos (minhas pernas estavam tremendo descontrolavelmente), tentei respirar e manter a calma. Se ao menos o Micky pudesse me ajudar! Mas ele ainda estava imóvel, e iria atrapalhar, em vez de ajudar.

Entrei no corredor. Os meus passos tinham sons de borrachas (Que coisa esquisita!). Nas paredes vi mais quadros da senhora Vanrusk, mas desta vez com seus netos, e acho que parentes. Mas uma foto me chamou a atenção. Era uma fotografia antiga, com uma moldura envelhecida. Estava ela e uma outra senhora sentadas em um banco de praça, tristes a olhar para um senhor, o qual estava sentado em outro banco, não tive como reconhecê-lo, estava de costas. A paisagem, lembra muito a entrada da casa. Eu havia visto os dois banquinhos perto da árvores de folhas secas, mas achei que era irrelevante. Tudo naquela casa parecia estranho. O teto do corredor, era furado e as paredes não tinham texturas, mas sim, gotas de sangue espalhadas. (Eu falei gosta de sangue?)

Voltei a observar os quadros, eram muitos, iam até o fim do corredor, ao final tinha um grande quadro com uma moldura dourada, mas ainda não consegui vê-lo. Me deparei com uma fotografia de uma criança chorando, era um espécie de pintura a óleo. O menino estava enrolado com um cachecol, que me lembrou uma cobra enrolando o seu pescoço e enforcando-o (já estava todo arrepiado!), senti uma calafrio me tomar dos pés a cabeça. Por último viu um quadro de madeira, com uma cachoeira pintada, a princípio pareceu-me lindo e tranquilizantes. As águas de um rio a correr, mas quando parei para observar minuciosamente (Não entendi o porque de estar fazendo aquilo!), percebi se tratar de uma senhora na cachoeira, com cabelos longos e um urubu sobre ela, todos escondidos nas águas da cachoeira (voltei a me arrepiar).

Procurei esquecer tudo aquilo e continuei a caminhar pelo corredor. Agora passei a ouvir ruídos de porta abrindo e fechando. Tudo aquilo poderia ser coisas da minha cabeça. Frutos do meu imaginário. Vi a primeira porta ao lado do quadro de moldura dourada, que agora eu entendia o que era, uma senhora sentada ao lado de um grande urso polar, tratava-se de uma quadro sem sentido (pelo menos para mim.). Estava com um certo receio de abrir a porta, talvez tivesse medo do que iria encontrar, mas Sidy poderia ter corrido para um desses quartos. Segurei a maçaneta com força, mas minha mão estava suada e escorregadia. Com muita dificuldade, abri a primeira porta, e me deparei com uma cama de ferro, sem colchão, e arreios na parede. Talvez alguém que morou aqui gostasse de cavalgar. Observei também latas de tintas embaixo da cama. As paredes eram pintadas de branco, mas estavam todas sujas e manchadas. Havia ainda um guarda roupa velho, com uma das porta caída ao chão. Eram cinco anos de total abandono. A casa não poderia estar melhor.

Sidy não estava naquele quarto, decidi então começar a chamar por ela, talvez pudesse ajudar. Ela deveria estar com muito medo e aproveitou a escuridão para correr, e quem sabe chorar de tanto medo. Fui deslizando o meu corpo pelo outro corredor, ainda estava com muito medo e apriencivo. Fiquei muito tempo pensando em como estaria o Micky, acho que ainda estava paralisado, talvez fosse melhor, nunca vira ninguém travar tanto assim ao ficar com medo de algo. Ele nunca mais vai esquecer, espero que não me culpe por isso.

O corredor era mais escuro que o outro, nem o pequeno feixe de luz penetrava pelas janelas, fui apoiando-me nas paredes (Pelo menos não tinha aquela textura). Senti algo na parede, fui apalpando afim de descobrir do que se tratava, de repente levei uma descarga elétrica que me levou a chão. Fiquei tremendo incontrolavelmente, parecia não cessar. Vi minhas pernas baterem ao chão e meu corpo se comportar de forma estranha. Me apoiei na parede, tentando me levantar, mesmo cambaleando (Estava me sentindo embriagado). Olhei novamente para o corredor, haviam muitas outras portas para explorar. Não estava conseguindo compreender o que se passou na cabeça de Sidy ao correr para algum lugar nessa casa (Poderia ser trauma de infância). Tentei me reajustar após o choque violente que acabara de levar, confesso que minha pernas estavam tremendo e minhas mãos acompanhavam, misturando o medo com o tremor do choque profundo. Tentei respirar, puxando o fôlego, aquela casa pareceu-me não ter ar. Era como o ar de uma sauna, quente e seco.

A segunda porta estava a dois metros de mim. Caminhei lentamente até ela, chamando baixinho o nome de Sidy (Quem iria reclamar se eu gritasse?), na verdade, não estava mais entendendo nada, aquilo já tornara realidade para mim, era como sentir a presença de alguém, sem esse “alguém” existir. Procurei ficar calma e rasteja até a porta, meus pés estavam literalmente rastejando de tão trêmulas que estavam do choque. Segurei na maçaneta ainda tremendo. Foi mais difícil que a outra porta. Apoiei com a camisa, já toda suja, rodei a maçaneta e a porta abriu, liberando um barulho ensurdecedor. A porta parecia pertencer ao século passado e não há cinco anos atrás. Empurrei-a com os dois braços, vi pedaços de madeira caírem no chão. Quando a porta abriu me deparei com um quarto totalmente diferente do anterior, esse era mais luxuoso, acho que deveria ser da suposta senhora Vanrusk. Tinha uma cama de casal com um lençol velho sobre o colchão, já estragado. Um quadro na parede (Acho que essa senhora era amante de obras de arte), com a pintura de uma mulher, a qual lembrava uma dona do lar. Uma mesinha abaixo da pintura, com copos e pratos sujos. Um lustre que descia do teto furado, e um janelão que dava para observar toda a cidade de Sanflis.

Estava muito concentrado observando cada detalhe do quarto, por um momento pensei esquecer de Sidy (Ai meu Deus!), procurei por dentro de um armário velho, em baixo da cama (Só poeira!), mas não encontrei nada, nem um rastro dela. Aquilo era muito confuso para mim. Estava com meu olhar direcionado para o criado mudo quando senti um arrepio vindo dos pés a cabeça. Deixando-me todo arrepiado. Um barulho de cigarra (aqueles que infernizam a noite) só que desta vez bem mais forte e mais aguda. Era um barulho insuportável, tentei tampar os ouvidos com as mãos, fazendo uma forte compressão, mas foi em vão.

Acelerei os passos, dirigindo-me para sala, onde estava o Micky. Segurei sua mão fortemente e saímos, estávamos novamente a caminho da minha casa. Não podia continuar ali, o barulho era insuportável. Estava ainda muito confuso sobre a origem do barulho. Pela manhã, retornaria e resgataria Sidy. O sumiço ficaria em total segredo (Pelo menos por enquanto).

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Atualizado em: Qui 17 Dez 2009

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