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A professora Sophie Scholl - Parte 4
Os problemas no colégio haviam sido resolvidos e Sophie Scholl retornou às aulas. Ela pensou sobre seu processo de promoção e recusou, dando mais atenção ao seu laboratório. Ela e seu amigo Roberto prepararam mais textos e aulas empolgados pela evolução dos alunos e alunas!
- Ói nóis aqui travez! Bom dia, classe!
- Bom dia, professora!
Sophie olha pela janela cheia de grades, toma um ar, resipra fundo e pergunta:
- Quem morava naquela casa que está virando um prédio?
Ninguém sabe responder. Ela amplia o volume do celular colocando Saudosa Maloca de Adoniran Barbosa. A turma ouve e Sophie pergunta:
- E aí?
- É a verticalização.
- Quem morava naquela casa, Ricardo?
Alunos(as) tentam descobrir. Nada! A professora Sophie diz:
- A História trata de reis e rainhas, guerras e revoluções?
- Não, professora. Há a História das Ciências e da Medicina, História do Cinema etc.
- Teu bairro tem História, Pedro?
- Se tem, eu não sei.
- Quem escreveu a História do seu bairro e quem são os agentes dessa História?
A dúvida ficou no ar. Sophie está atentada e diz:
- Se não há história do bairro então como a população terá parâmetro para solicitar algo?
- Abrigo de Vagabundo é a sequência de Saudosa Maloca!
A classe ri e Sophie toma mais um pouco de ar, apaga a lousa e fala:
- O Museu Nacional pegou fogo. Qual a questão central nisso?
- Descaso?
- Qual a verdadeira intenção?
Resposta difícil. Ela provoca:
- Alguém sabe a história de alguma família entre os séculos XVI e XVIII na cidade de São Paulo?
- Há poucos registros e geralmente de famílias mais ricas.
- Como saberemos o que pensaram, como agiam, comiam, bebiam?
- Fica difícil.
- Há uma lacuna, concordam?
A lacuna para a mudança entre uma sala e outra é feita pelo celular. Ela se despede e uma escuridão é percebida no corredor. Uma luz em outra sala é o sinal de que a História será novamente contada. Sophie Scholl ajuda a professora de Biologia a guardar o microscópio.
Atualizado em: Qua 7 Maio 2025