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A professora Sophie Scholl - Parte 3

Após o término das aulas, Sophie Scholl recebe em seu WhatsApp diversas mensagens no grupo da escola. O folder já circulava dentro do grupo e provavelmente fora dele com seu rosto. Ela explicou as bandeiras e chamou a turma para a causa. Simples! Preparou o tema da aula seguinte e enviou aos estudantes!
- Bom dia, classe!
- Bom dia!
- Consertaram a sirene?
- A diretora desativou pois diversos(as) alunos(as) foram reclamar.
- Utilizarei meu alarme do celular. Vamos lá!
Ela escreve no quadro Luiz Gama e fala:
- Quem mandava não tinha interesse em mexer no status quo. Dom Pedro II estava devidamente orientado para isto?
- Acredito que não. O Império caiu quando ele mexeu neste vespeiro.
- Ele foi apelativo tentando obter apoio em outras classes sabendo que o poder poderia ruir?
- Evidente que sim.
- Qual era o jogo que estava sendo jogado?
- O jogo de bastidores representado pela classe escravocrata.
- Quando abolicionistas cutucam o sistema escravista eles buscam o quê?
- Mexer nas estruturas estabelecidas.
- E como fazemos isto?
Um fortíssimo raio cai fazendo piscar as luminárias da sala. Ouve-se:
- Resistência, professora!
Uma chuva forte inicia e logo uma gota cai no rosto de Luiz Gama no livro da Cibele e sai escorrendo.
- Cibele, mude de lugar, por favor.
Sophie Scholl continua a aula e outro raio cai próximo. A chuva é fortíssima.
- Como esta resistência é captada?
- No caso do Luiz Gama foi pela dor e conscientização.
Um fortíssimo estrondo derruba a energia elétrica deixando todo mundo no escuro. A luz que chega são dos raios!
- Pessoal, peguem suas coisas calmamente e saiam para o corredor sem causarem tumulto.
Sophie Scholl continua a aula no corredor. As outras salas decidem ir embora.
- Só escrevermos as dores e o grau de consciência resolvem?
A luminária solta um estouro e Sophie leva a turma para o corredor abaixo.
- É preciso energia e ação!
- Qual tipo de ação?
- Subir no palanque, gritar contra o sistema.
- Isto resolve? Pergunta, Sophie.
- A passagem continua subindo após a briga por vinte centavos, lembra?
- Foi teatro o Junho de 2013?
Um raio forte cai algumas centenas de metros dali e as meninas gritam. Sophie pede calma e descem até a Diretoria.
- Licença, Diretora. Nossa! A senhora tem energia elétrica aqui. Como?
- Dispensados(as). Preciso falar contigo, Sophie.
A turma despede da professora e saem. A diretora diz:
- Conseguimos uma promoção para você. Pensa e depois você responde.
A chuva aperta e mais raios caem. Alunos(as) saem correndo e outros caminham aos passos lentos no meio da chuva.
Promoção? Já? A tormenta reduz e Sophie abre a sombrinha indo ao ponto.
Já em casa, após um trânsito infernal e sem energia elétrica em casa, Sophie reflete sobre a proposta.
Dia seguinte, não houve aula visando reparar os danos estruturais.
Sophie manda material para a turma via WhatsApp. A notícia da promoção é natural e a turma não deseja outra professora.
Ela recebe uma mensagem:
Você é nossa luz, professora Sophie.
Sophie sente tocada! Luz? Eu?
A professora Sophie Scholl continua suas aulas sem dar resposta naquele momento. Ela toma fôlego diante da janela cheia de grades seguindo seu ofício.
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Atualizado em: Seg 5 Maio 2025

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