A professora Sophie Scholl - Parte 1

A conversa no Café Girondino com seu irmão espiritual coloca a possibilidade para Sophie Sholl desenvolver um bom e belo laboratório para o Movimento Rosa Branca. Ela raciocina, pensa, reflete e acredita que a melhor forma é a semente plantada sem exigir tanto do público-alvo em formação. Ela vê em seus alunos e alunas, potencialidade e testá-los entendendo seus contextos será importantíssimo. O outro precisa ser estudado e entendido!

Ela chega em cima da hora pelas dificuldades do trânsito e no uso de transportes públicos. Adentra a sala de aula e fala:

- Bom dia, classe!

- Bom dia, professora!

- Acho que os sistema de transporte público precisa ser ajustado ou repensado. Vamos à chamada!

- Professora!

- Diga, Pedro.

- O sistema está bom para mim.

- Por quê? Aponte este "bom".

- Eu venho de Metrô. São duas estações.

- Eu venho de ônibus.

O silêncio de Pedro mostra problemas.

Sophie aguarda uma resposta após o término da chamada. Ela começa a aula.

- Hoje falaremos de café. Tomaram café hoje?

Alguns dizem sim e outros não. Sophie joga uma ideia:

- O quê impediu de tomar café?

Uma chuva de respostas difusas toma o ambiente da sala! Uma aluna disse:

- Ele não chegou na mesa.

- Por quê não chegou na mesa?

Sophie é prática! O tempo de aula é limitado!

Pedro responde:

- Segundo li, o sistema ferroviário está em greve.

- Não poderia ter vindo por caminhão?

Isto intriga Pedro. Onde ela quer chegar?

Outra diz:

- No meu caso, não tomo café.

- E se fosse leite?

Vamos lá! Francisco de Melo Palheta...

Sophie repetirá isto pela quinta na vez na semana! Ela pensa!

- Todos(as) leram o livro didático?

A classe diz que sim.

- O quê acharam?

Outra chuva de respostas difusas e desorganizadas surgem. Sua ideia vai longe.

- O que se bota normalmente no café?

- Açúcar.

- Qual era o produto da terra mais forte no Brasil antes do café?

- Açúcar.

- Esta aula está muito doce! Por quê Palheta traria café ao Brasil se o acúçar funcionava economicamente?

Um silêncio sepulcral dominam mentes!

Sophie joga dúvidas. Funcionava ou não? Ela vê dúvidas.

- Vamos consultar as fontes?

O pessoal abre o livro didático como um livro de reza. Ela fala:

- Fechem os livros e vamos pensar! Até quando a cana foi importante para a Economia daquele tempo?

- Até o começo do século XIX, professora.

- E eu vou trocar do nada o café pela cana?

Pedro se incomoda! Hoje, ela está com sangue nos olhos!

- Eu vejo uma rodovia cheia de cana em suas margens quando viajo ao interior. E aí?

Uns respondem que a cana se desvalorizou e outros que o café era mais interessante pela demanda no exterior.

- Saber perguntar é importante?

- Sim.

- Incomoda?

A classe cai numa risada completa! Sophie colocava seu laborário em funcionamento.

- Todo mundo parou de plantar cana para plantar café?

- Não, professora, senão, não teríamos cana!

- Por quê o café ganhou tanta notoriedade, então? Só demanda no exterior?

Sophie ia espremendo um suco de limão! Sairá limonada?

- Vocês precisam de dados?

- Sim!

- O café leva 5 anos para a primeira florada. E aí?

- Os dados são poucos, professora!

- Pensem! O segredo é pensar!

Sophie Scholl vira e dá um sorriso de leve. Tudo chega fácil, pronto e acabado, não é?

- Que demanda é esta que havia no exterior?

- Aqui no Google...

- Você confia no Google?

- A senhora confia?

- Onde o Google busca para te entregar o quê você pesquisa?

Hum! As mentes devem estar fervendo, pensa Sophie.

- A senhora confia ou não confia?

- Você toma remédio se o mecênico te indica?

- Eu não! Vou ao médico!

- Qual é o médico do Google?

- Fontes confiáveis?

Aleluia!

- E como atestamos as fontes confiáveis?

- Qual a relação disto com café, professora?

- Já enviei no WhatsApp de vocês. Por quê só Google? A via é única?

Pedro ouve e Sophie o chama.

- Professora, se eu não questiono, então...

Uma sirene alta toca finalizando a aula e Sophie fala:

- Compro protetores auriculares ou falaremos com a diretora?

A sala ri. Ela joga no ar o fechamento da aula enquanto junta o material antes de sair:

- É fácil ser professora de História? Bye, bye!

- Bye!