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Dança macabra do despertar

E lá estávamos nós, novamente, todos de pé, mas mortos. Corpos frios, ar gélido e alvorada, mas não fazia diferença, ali, naquele momento não existia tempo, ou se havia, era indiferente. Esbarrávamos uns nos outros, balbuciávamos um perdão, mas não fazia diferença, tudo era indiferente. Na fila imaginária eu era a primeira, seguida dos outros, mais ou menos com pressa nos preparávamos, havia tempo, mas mesmo assim, ainda tínhamos medo, do quê, não se sabe ao certo, mas era essencial a existência de um ar lúgubre e fantasmagórico, para que assim, continuássemos despertos, ou quase despertos. O sol começava a queimar, como um sinal, um alerta, para estarmos prontos, logo. Breve aquele pesar acabaria e estaríamos livres, os corpos já não pesariam tanto, a dor seria anestesiada, os fantasmas desapareceriam. Então, depois do fim, estaríamos ali, de novo, com os mesmos pesares, os mesmos desgostos, até que tudo tivesse realmente o seu devido fim.
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Atualizado em: Sex 3 Maio 2024

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