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Pequeno demais

Era uma vez, um pequeno planeta onde nele habitava apenas, uma pequena princesa. Sozinha e sem nada para fazer, a princesa vivia entediada, a espera de algo que pudesse fazer em seu pequeno mundo, pois, tudo era grande demais, impedindo que a princesa o fizesse. Já havia tentado de tudo. Tentara desenhar, mas não enxergava nada em seu mundo que pudesse recriar com tinta. Tentara já dançar, mas entrava em um conflito quando percebia que seus saltos a fariam cair de seu mundo. Tentara cozinhar, mas como saberia se o sabor seria bom se de nada a princesa ainda havia provado?
 Assim eram as tentativas eternas e falhas da princesa, que nada fazia, nada sentia, nada via e em tudo, falhava. Até que um dia percebera algo novo, esplêndido e maravilhada ela ficou. Um pequeno broto desconhecido estava brotando em seu mundo, mas ela não sabia o que esperar, ela só sabia querer esperar por algo grande o suficiente para o seu mundo, e incrível o suficiente para admirar durante seus dias monótonos. Logo, o broto foi crescendo, era belo para a princesa que nunca havia visto outro na vida ou sem planeta, contudo, junto ao que crescia, haviam espinhos e arbustos que iam espalhando-se pelo planeta da princesa, que maravilhada e ansiosa para ver o que no final iria desabrochar, não se dava conta. Durante o lento processo de desabrochar-se, a princesa esperava pacientemente e, enquanto isso, imaginava e idealizava o que de novo iria habitar em seu planeta.

É chegado o dia daquele broto finalmente desabrochar-se e, assim aconteceu. A princesa já encantada, imaginando o que viria a embelezar seu pequeno mundo, teve uma surpresa quando ao olhar para o que havia florescido, não achou bonito. Pelo contrário, era obscuro e espinhento, contrário ao idealizado por ela, mas quando se vive sozinha em seu próprio mundo, é difícil distinguir o ruim e o bom, o feio e o belo, pois tudo será único e especial, logo, preencheria o vazio da princesa. No começo, a princesa não dava importância aos espinhos que iam crescendo, pois aquilo fazia parte da beleza nunca vista daquilo que desabrochara e, ela tinha medo que cortando seus espinhos, seu bem precioso, deixasse de ser. Dia após dia, aquilo que desabrochara ia desabrochando-se mais ainda e se mostrava cada vez mais obscuro para a princesa, já machucada e frustrada. O mundo minúsculo, acabou sendo tomado por arbustos e a princesa se viu obrigada a se deslocar para outro lugar. Olhando para trás, ela viu suas expectativas e frustrações transformadas em uma triste realidade, porém, sorrindo disse baixinho para si mesma, como se estivesse agora conversando consigo mesma sobre o acontecido:
  — Perdoe-me, pois nosso mundo era pequeno demais para saber distingui-lo, mas obrigada, pois graças isso, nosso lar tornou-se maior.
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Atualizado em: Seg 9 Ago 2021

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