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ÊMBOLO
Tive sempre de fugir de mim mesmo,
procurando breu entre as cortiças
das horas, triturado no passeio
repetido da pedra da rotina,
mais esta vontade e o anseio
(para quem não servirá outra vida?)
de viver, de vez, um eu passageiro,
sob o ladrilho cinza da neblina.
Soprei todas as poeiras caídas
e espalhei o meu quebra-cabeça
misturado de peças indistintas
(tento soltar-me da circunferência),
dentro do verso, fora do esquema,
fora do mapa, dentro do poema.
Atualizado em: Sex 26 Jul 2024