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SERRAGENS
Lembro — e sempre — quando trafegávamos
De corpo sobre corpo — uns — uma só estrada
Dois motores que consumiam a mesma bebida
Um, a garrafa, o outro, a bocarra do alcoolista
O seu perfume de bairro e o meu de proibidas
Aquelas línguas sujas de onomatopeias vadias
Fomos mesclados sob o acetileno que escorria
Entre o brilho incandescente das nossas folias
Lembro, e tão quente quanto, que na sua senzala
eu reinava — e que à minha, você era a majestade.
Atualizado em: Seg 25 Mar 2024