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MALPROPÍCIO

Agora não dá mais tempo
de capinar o terreno,
delinear o canteiro
e de semear os freios
aos pés do desfiladeiro.
Em tudo mora o medo
disfarçado de silêncio.
Escorro entre as redes
e dissemino, do breu,
o seu degradê cinzento.
Estou atrás do poema,
sempre, e sem nem um tento,
esfumaçado no beco,
onde, num dado momento,
não sou mais aquele mesmo.
Um verso está chovendo
no sábado — eu o prendo
na geladeira das treze
e na contramão do vento
que juntou o nevoeiro.
Já fiz meu próprio enterro.
— Agora não dá mais tempo.
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Atualizado em: Seg 16 Out 2023

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