- Poesias
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Eu gosto de procurar o meu verso
e executar o único ofício do poeta,
o poema: ser o parteiro das sílabas,
juntar seus cordões e dar-lhes vida.
Imerso entre a cerração e a neblina,
pois acolá é o endereço onde ele fica,
ouço a sinfonia das fumaças, os ecos
da luxúria que transitam sob as vielas,
e penso que agarro, mas ninguém o pega.
Passo as trancas, e o saci escoa pela fresta.
Menos vivo, volto. Trago na aba da bainha
a poeira de tudo o que fomos (em poesia).
A luz clara das quinze invade minha janela.
É a tarde se exibindo (e me deixo com ela).
Atualizado em: Qua 6 Set 2023