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FUMAÇAS E CINZAS
E o meu corpo muito pesado frita
dos dois lados, sob a gordura fria
do mapa-múndi da cama à agonia
de querer sumir de vez dessa vida.
Beijo os vazios das fronhas vazias,
e abraço a solidão que predomina,
pois às três, nada vive na esquina:
acabou a farofa, a cana e a parafina.
Vejo o estrondo do silêncio da pista,
e rodo e cozinho e suo e frito ainda
nos desvãos da madrugada ametista
e violeta e cobalto e da faixa alizarina.
A sós, perguntou-me, feito uma teimosia:
o que sobrará de mim quando vier o dia?
Atualizado em: Qui 3 Ago 2023