- Poesias
- Postado em
Engolida por uma Estrela
Eu vou reconstruir minha morada naturalA partir dos destroços do infortuno círculo
De substâncias falsas que tenta me encadear.
Eu vou fazer da mais nítida transparência
Da alma concebida serena
E acalmar as conturbadas águas
Dos sete mares de minha mente,
Para que a ânsia dos meus pensamentos
Possa assim não ser mera loucura.
Vou despertar os deuses para que possam
Ordenar os elementos da nossa existência
E transformar em ouro o nosso amanhã
Fazer de minha idade um dia doce.
Fazer do que parece comum e banal
A extraordinária fantasia
De chuva de luzes sublimes
Se atirando sobre nossos sonhos,
Cobrindo de um espetáculo possuidor
Da mais maravilhosa excentricidade.
Eu vou fazer os planetas se alinharem, um a um,
Apenas para que a nossa visão
Tenha o inconstante privilégio da absurda beleza
Que nasce do infinito.
Eu vou abrir os mais enferrujados portões
Dos destinos mais inesperados
Para que em nossos caminhos
Sempre estejam as inquietas estrelas
A nos iluminar diante da infindável
Sustentação mais fina que se mostra aos nossos olhos.
Eu vou fazer do desconhecido,
Um símbolo de nossas vidas,
A vida de nossos delírios.
Eu vou plantar nos jardins escondidos
De nossos espíritos
A flor de mais pura paz e de mais vívidas cores,
Que será a cura indiscutível de toda intimidação.
Eu vou me dispersar na terra de valor único
E espantar a multidão tediosa
E não convidada para meu banquete.
Celebrar as lágrimas que derramam o tempo
Nos vales da solitude amena em meu espaço.
Eu vou gritar e ouvir o som nostálgico da minha voz
Se espalhando sem rumo definido
Pelas ruas onde o vento rodeia.
Eu vou encher do sorriso mais expressivo
Da vitória mais dificilmente alcançada
Os rostos daqueles por quem,
De alguma forma, tenho amor.
Salvar a infeliz pronúncia de ódio
Cantar a música da imaginação
Na união de súplicas pela alegria.
Atualizado em: Qua 6 Abr 2022