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PROIBIDA
Confesso o meu medo
desses velhos segredos
que guardo aqui dentro
no cofre do pensamento.
Eu nunca soube se devo
achar uma forma ou meio
de você ter conhecimento
de tudo. De todo o roteiro
das febres altas e desejos
vividos no severo silêncio
dos sonhos que o tempo
transformou em pesadelos.
Foi logo depois do primeiro
dia que a vi num momento
muito antes do movimento
que a vida fez com a gente.
Tenho de pôr um parêntese
(eu a antevia sem presença
e planejava a sua vestimenta
do corte mínimo da fazenda).
Você foi minha em poemas
explícitos escritos mil vezes
no mesmo verso insistente
e suado e sozinho e ardente.
Desviava o meu olhar quente
da neve do seu corpo fluente
de perto, de longe e sempre
abafava um tremor veemente
que contorcia meu bom senso
e punha em mim o desespero
de pular no vão do desfiladeiro
entre o cânion da sua ausência
e a cena calada do meu cinema.
Atualizado em: Sex 11 Fev 2022