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EXUBERÂNCIAS
Ainda estou em frente da moldura da janela.
São quase dezessete, no final da primavera
de uma tarde impressionista que atravessa
a rua, as cerâmicas dos telhados, o reflexo
das sombras cor de creme e do amplo bege
que rebate os ossos espalhados da costela.
Paira um silêncio ensurdecedor sem decibel
sobre a cúpula toda alaranjada do hemisfério.
Eu deveria ter falado desta elegância discreta.
Senti o vapor que saia da sua sandália amarela.
Atualizado em: Qui 25 Nov 2021