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DISSONANTE
Assombram-me todos os perdões que devo,
tanto aos que já se despediram num enterro,
como também aos que estão parados no cerco
dos breus que espocam dos meus pesadelos.
Assombram-me quando ultrapassam ligeiros
em flashes opacos de imagens de suas cabeças,
por dentro da hemoelétrica dos meus nervos...
E têm mil olhares de reprovação e de desprezo
— e nunca solicitaram os meus arrependimentos,
mas sim que eu sinta a mesma dor do momento,
onde o egocentrismo foi o maior e único fermento
dessa existência dedicada à mentira e ao pretexto.
— Assombram-me a dissonância da alma e o receio
da esperança que deu no pé de vez do meu viveiro.
Atualizado em: Ter 27 Jul 2021