person_outline



search

PRIMEIRA PESSOA

E onde está você agora no tremido do meio-dia

diluído no plasma dos fantasmas da manhã fria?

Onde está a causa dessa vida a fim de toda a vida?

Largada na calçada vizinha? Na rua ou na avenida?


Como passa a neve quente da sua pele algodoada

que sonho entrelaçada, poro a poro, cara a cara,

ao redor do meu corpo e também da minha alma?

Apareça logo doce fada. Venha conhecer a fumaça


do meu vulcão sereno prestes a explodir seu magma.

Prepare-se para um beijo quádruplo nos seus lábios.

Não me traga caderno e lápis. Nós seremos as palavras

que serão inventadas nesse embate entre duas estátuas


de suor. Tenho de suspender essas horas de saudade.

Pintar as suas curvas. Cobrir e descobrir a sua capa

de fusca rosácea. Morder e ir. Lamber e vir. E andar

sobre as nuvens chovidas em nossa própria tempestade.


Vou irrigar com saliva melíflua os pelos finais do cabelo.

Mão e mão. Colo e colo. Carne na carne. Medo no medo.

Pin It
Atualizado em: Qua 22 Maio 2019

Deixe seu comentário
É preciso estar "logado".

Curtir no Facebook

Autores.com.br
Curitiba - PR

webmaster@number1.com.br