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Rabanada da confirmação

Não sei se era de tarde, de noite ou pela manhã
Sei que, na padaria dos desejos, dela eu queria apenas um beijo
Mas, eu nunca soube ao certo
Afinal, vê-la todo dia era quase que um decreto
Não sabia o que por ela eu sentia
Não tinha conhecido o amor e nem a ela conhecia
Eu observava seus lábios carnudos
E, sobre os garotos que ela beijava, ficava confuso
Tinha lido que, se você ama alguém
Não colha, regue, deixe-a crescer
Porque, no fundo, amor não é poda
Mas, frutificar e florescer
Mas, aquele olhar era especial
Seus olhos não eram claros
Sua beleza era natural
Mas, especial era seu afago
Eu a acolhi como amiga
Porque vi que se a amasse agora
Com outros rolaria intriga
E, sei que da vida hoje ela comemora
De certa forma, tinha eu me esquecido
O quanto, talvez, aquele silêncio tinha me dito
Que, no fundo, eu dela gostava
Mas, com ela junto não me imaginava
Aquele toque diferente
Aquele trato que sempre foi ordinário
De certa forma, me tornou temerário
Eu não queria dizer, mas estava carente
E, acho que por ela percebi que da amizade queria algo diferente
Tenho receio talvez de acreditar
Tenho ou invento motivos para algo não tentar
Mas, ainda prendo-me a cismar
Que a pessoa certa a vida brindar-me-á
Mas, será que, certamente
Ela já não me brindou?
Fico a questionar
Se a taça do amor a pessoa já não tomou
Na esperança de eu a acompanhar
De certa forma, me pego a ponderar
Se, na padaria dessa ilusão
Eu, sendo estranho,
Ela deu-me somente o pão
E eu, vivo cobiçando o sonho
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Atualizado em: Sáb 20 Out 2018

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