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Eternizar

img 1992Sinto a necessidade de eternizar em prosa, todos os sentimentos que absorvo. As lágrimas que escapam e os risos que afrouxo. Necessito jorrar pela pena os fragmentos do meu ser e assim me esvaziar, como balão cheio de ar. Preciso esvaziar o peso que o mundo deposita em meus ombros, das mágoas alheias, maus pensamentos, escravos sentimentos, sorrisos amarelos, dúvidas cruéis e crescentes angústias. Pela pena talho no papiro meu frágil espírito.
A folha deixa de ser folha, a tinta deixa de ser tinta. A poesia é tatuada marcando minhas palavras cicatrizadas. Aqueles que um dia lerem e tiverem sensibilidade para compreenderem, conhecerão uma menina assustada sobrevivendo ao caos. Os medos de uma menina, a poesia de uma artista. O sangue em linha descrito banhado de lágrimas. Que jamais abandonara seu esplêndido sorriso.
Não ligo minhas palavras aos rostos, épocas ou momentâneas sensações. São apenas pequenos estilhaços do meu eu. Juntando todos teremos um eu fragmentado, por vezes criança, brincalhona, chorosa, mimada e teimosa.
Relendo-as não me remeto a nenhum lugar. Eu me emociono, não pela tristeza que elas me recordam, mas pela alegria que minhas palavras vivenciaram. As lágrimas nas quais foram banhadas e nas gargalhadas ecoadas.
Minhas palavras dizem muito sobre mim, engana-se quem idealiza que sou necessariamente elas. Nem tente por elas me decifrar, guardo muito mais num simples olhar.
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Atualizado em: Dom 11 Fev 2018

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