- Poesias
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Boca do inferno
Não quero as minhas poesias reféns às regras de concursos
As desejo livres e chamejantes com os versos traçando os seus percursos
As honrarias, deixo para o ego de quem degusta desses cerimoniais
Prefiro os ouvidos e olhos atentos às minhas Odisseias surreais,
e as prosopopeias das histórias que moram na minha imaginação
Não quero morrer na Academia de letras, artes e ofício acreditando ser imortal
Pois sei que viver o amor é preciso pulsado pelo compromisso social
Então deixo que os mortos enterrem seus mortos pelos cemitérios verticais
Enquanto eu vivo que vivo as culturas de todos os povos pelos oceanos transliterais
Alimentado pela história individual e coletiva de cada região
Não ambiciono aplausos por ser poeta e muito menos prêmio algum
Mas igual a uma águia destinar o meu olhar em direção esse lugar nenhum
É a inatingível utopia que me move em busca de todas as crianças estudando...
As famílias pelas comunidades organizadas os Serviços de acolhimento fechando,
e as escolasdesgaioladas contribuindo com cada geração
Não intenciono ser Gregório de Matos quando cuspo mil infernos pela boca
Mas do seu nome herdo o Guerra... Contra uma parcela da sociedade louca
Que mantém no poder os maus políticos que parecem bichos geográficos
São eles que fomentam a fome, a miséria, todos os tipos de tráficos,
e o caos cada vez mais obscuro na Saúde e na educação
Portanto, os prêmios dos concursos jamais serão o meu bem -querer
Quero a longevidade e não a mortalidade nessa minha pressa de viver
Enquanto deixo os concursos alimentarem outros egos
Aprendo a ler o meu mundo interior com os olhos dos cegos,
e apuro com a Libras por meio das mãos a minha audição