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Lembranças
As notas da melodia pairavam tristes no ar,
A vida havia abandonado o ambiente,
As pessoas estavam com olhares vagos, desacreditadas do destino,
E tudo parecia deslocado no tempo,
As pétalas das flores caiam de forma lenta e dolorosa ao chão,
A imagem dos santos exibiam feições sofridas, como em resposta ao fúnebre, e ali,
No centro, a grande caixa que guardava o corpo, agora vazio, de um jovem sonhador.
A casa agora estava triste,
Os livros na estante estavam empoeirados,
O violino abandonado,
A poltrona de couro vermelho desocupada,
E a xícara de chá de rosas permanecia ali, solitária, deslocada, exalando o seu aroma doce em um cenário que antes havia servido de inspiração,
E que agora não passa de um museu de lembranças de alguém querido tirado do alcance de nossos braços, do toque de nossa pele, mas jamais do alcance de nossos corações.
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