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BORBOLETA RASA
Borboleta rasa que nasceu cheia de brio;
Por todos os lugares se vê refletida;
Mas quem lhe deu um espelho para que possa enxergar-se?
Já que não pode pousar diante do rio, para riscar outro desenho além do próprio refletido;
Narciso de asas;
Não se esqueça de antes da crisálida;
Mas ao ver a mariposa, graceja dos seus indumentos;
De saias arrastadas, compridas e sem ornamentos, por não abalançar seu estandarte, está sempre de bandeira arriada;
Ao te ver, imaginei que fosse uma beata;
E a borboleta ri às gargalhadas;
Em paz consigo mesma a mariposa respondeu:
Irmã, fomos nascidas da mesma árvore e ainda lagartas nós brincávamos de roer as folhas, por uma cerejeira farta, nos arrastamos pelos galhos, eu igual a você;
Não me faço de santa, sou simples, me orgulho de fazer da natureza a extensão do meu véu e digo ainda, nem a linha do horizonte alcança o arremate, pois o céu e as estrelas assentam como barra do meu manto;
Não venho emoldurar o vento com meu encanto;
Nem multiplicar aos centos a beleza das flores;
Muito menos tenho a veia artística de uma cantora;
Entretanto;
Se não me orgulho de mim mesma porque sou vã;
Orgulho-me da seda que produzo, disse a artesã;
E faço de belas borboletas, a nobreza que me veste.
Comentários
Abraços.
que na hora da leitura ou da declamação, essa linda poesia possa ter a métrica necessária para
ficar esteticamente pronunciável, quando outras pessoas forem ler...ok Abraços!!!
Parabéns.
Vamos de poesia!
Parabéns.