- Poesias
- Postado em
ALA DOS MONGES
Após a quarta hora, antes do desjejum a asmo,
no corredor principal, ouvíamos sons do longe,
da azáfama questionadora da idéia do monge,
onde o átimo deixa, mesmo o crédulo, pasmo.
Esse tempo não se mensura, nem dor ou cura
costumam acompanhar meus cálidos passos,
no chão gasto do corredor soltei-me dos laços
que atavam-me à necessidade da vida futura.
Tenho n’alma um iconoclasta das metrópoles,
profanando símbolos em criptas e necrópoles
em busca do entender ao porque me entrego,
e na clausura, dormem na letargia do incenso,
os dogmas do abade no ábaco sem consenso
que calcula quão intenso o viver que me nego.
Atualizado em: Sex 21 Set 2012