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ESTILISTA DO MORGUE (para J. Goulart)
Negro e fino pano sobre a pálida face,
tanto vejo que me acompanha a morte
como à quem não estranha esse corte
do transbordo no umbilical do enlace.
Esses clientes não falam dos motivos,
sequer reclamam de ser a mesma cor
que todos usam seguindo seu andor,
até chegar ao campo santo dos vivos.
Na visão do negror, a infausta túnica
marca rostos com maquiagem única.
O que hei de fazer aqui? E ademais,
nos réquiens dos tristonhos alaúdes,
sempre gostei de decorar os ataúdes
da perene estação das flores hiemais.
Atualizado em: Qua 5 Set 2012