- Poesias
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Nada contra a Métrica
Os sons dos meus versos não tem medida.
Eles são a própria extensão de Deus em minha vida
Mesmo que contem cada uma das sílabas com seus preceitos
Que os julguem pobres e imperfeitos
À minha cabeceira a poesia
me desperta para os sonhos
Incendeia os olhos e a alma arrepia
As noites deixam os arrebóis bisonhos
Avermelha até a luz do sol
A sucessão de sons das minhas rimas não tem nenhum valor
Elas são pobres de palavras comuns de um povo sofredor
Mesmo que as classifiquem quanto as suas combinações
Eu violo todos os tipos de prisões
Onde descanso a minha cabeça
A poesia me desperta para a lua
Impede que em mim amanheça
Ladrilha para o boêmio a rua
Que caminha em caracol
As estrofes dos meus versos no coração são para lá de mil
Não se prende às fronteiras... Vão além do Brasil
Chega até aos corações africanos
No sambaqui onde dorme o último dos Moicanos
Nas águas onde borbulho os meus pés
A poesia se faz veleiro para os continentes
Sem reta na direção e muito menos viés
Como um pescador de amor – meu coração o anzol