- Poesias
- Postado em
URUTAU
Não há de chover nos séculos de minha aridez,
nesses dias vazios, dispersos em vento inodoro
restam agouros em aromas do lamentar canoro
e a tristeza abate a beleza do cinza com avidez.
Há uma prisão na conversão dolosa do estorvo,
na estática do sono, já denso a razão de ósmio,
imoto, abraço o abandono e explico-me fósmeo
no viajor fantasma perdido noluto que absorvo.
Não me culpem ou roubem os sentidos ocultos,
ave da vida, das luas, atenta e ávida aos vultos,
sou colossal e sentinela noturna da estranheza.
Alheia, em tronco ou estaca ruça e pardacenta,
canto o lamentoso, não o danoso que afugenta
e peço o respeito à voz silente dessa natureza.
Atualizado em: Qua 30 Maio 2012