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O HOMEM VIVO
Tenho sempre múltiplos desejos tortos
baseados nas irrealizações dos mortos
que jazem na poesia, não no raciocínio
e os tenho vivos declamando a energia
tradutora da louca, da frenética alegria,
incutindo nas pessoas certas o fascínio.
Ao descobrir a força que a sensibilidade
exerce contra a mecânica da ferocidade,
o homem cria beleza no antes horrendo,
mas ao deixar plúmbeo o céu, multiplica
a dúvida de sua agonia e nunca explica
o restar-se vivo, esvaindo-se, morrendo.
Atualizado em: Qui 10 Maio 2012